Motoristas monitores atuam como anjos da guarda do transporte coletivo
Criciúma (SC)
O despertador não tocou, mas você acordou na hora exata a tempo de pegar o ônibus e pensou que o seu anjo da guarda devia estar de plantão?
Pois para que o seu ônibus esteja sempre na parada no mesmo horário, cumpra o tempo previsto dentro da rota e para que todos cheguem em segurança ao seu destino, muitos processos precisam ser seguidos à risca pelo responsável por essa função: o motorista. Regularmente esses profissionais passam por treinamentos de condução segura e melhoria contínua, realizados pelas empresas integrantes do Consórcio CriBus.
Um destes treinamentos é denominado “Motoristas monitores”, onde os próprios motoristas são responsáveis por auxiliar os colegas, dar suporte para melhorar as técnicas de condução dos ônibus e ajudar na segurança do embarque e desembarque de passageiros.
No dia 25 de julho foi comemorado o Dia do Motorista. E para quem acha que não tem muito mistério em dirigir um amarelinho praticamente em linha reta, acredite, verificar seis retrovisores constantemente, controlar a abertura correta das portas, manter a velocidade ideal para não se atrasar, frear suavemente para que os passageiros em pé não percam o equilíbrio, fazer as paradas nas estações e terminais sem danificar o ônibus e a plataforma é mais difícil do que parece.
Apoio na melhoria do serviço de transporte público como um todo
Os monitores auxiliam os motoristas dos ônibus com instruções técnicas, acompanhamento em campo, treinamento, acompanhamento em telemetria, e ainda procedimentos operacionais como uso do elevador para embarque de cadeirantes, análises de itinerário, preenchimento de planilhas, entre outras funções.
Os motoristas monitores Israel dos Santos e Josiel Mota, do Consórcio Cribus, contam que é importante explicar para os passageiros que em algumas viagens existe um monitor no ônibus. “Alguns até se perguntam quem é aquela pessoa que fica ali ao lado do motorista, olhando para trás e ‘sem fazer nada’”, comenta Josiel. Ao longo do trajeto, eles observam se alguém não trancou uma bolsa na catraca, se o motorista esperou para fechar a porta até todos os passageiros entrarem, assim como auxiliam no desembarque, verificando quando algumas pessoas demoram a sair na última porta. “Pode ter alguém com problema de mobilidade, que derrubou algo na hora de sair, pessoas idosas que andam com mais cuidado e mais devagar. São inúmeras situações em que ficamos atentos pra ajudar o motorista”, completa o monitor.
Já Israel, comenta que esse acompanhamento dos monitores impacta na melhoria do serviço de transporte público como um todo, inclusive no apoio a motoristas mais experientes. “Tem linhas que possuem um horário muito apertado, daí nos convidam para andar com eles, observar o que acontece na linha. Pode ter aumentado a quantidade de passageiros naquele horário, ou fizeram mais lombadas naquele trecho, deixando tudo mais lento, então precisam de mais tempo pra cumprir o trajeto”, explica. Neste caso, o monitor faz o acompanhamento para identificar o que acontece e buscar soluções para ajustar esse horário, por exemplo.
Telemetria e recursos de segurança
O registro e a análise de todos os dados de pilotagem do motorista também contribuem para o aperfeiçoamento do transporte coletivo. Isso acontece através da telemetria, que identifica a velocidade do ônibus, em que pontos o motorista freia e quantas vezes freia, o insumo, a rotação do motor, o tempo para chegar ao terminal, a hora que saiu, bem como o acompanhamento em tempo real. “Se o ônibus atrasa, você pode acompanhar isso tudo na hora pra saber o que aconteceu, direto da central de controle”, conta Josiel. E esses dados são analisados pelos próprios monitores para identificar pontos de melhoria e passar aos motoristas.
O que muitos passageiros também não sabem, é que o limite de velocidade dos ônibus é automático, limitando a velocidade dos amarelinhos a 60km/h, e os brancos em 70km/h. Ainda assim, a orientação é para a velocidade praticada esteja abaixo desses valores. Esse sistema é controlado remotamente e, quando o veículo atinge o limite, o sistema de monitoramento digital imediatamente soa um alerta no centro de controle de operações. As informações de velocidade ficam registradas também no tacógrafo, que grava os dados de cada viagem. Esse registro é importante para comprovar oficialmente a velocidade do ônibus em caso de acidentes, por exemplo.
O Cribus é o consórcio formado pelas empresas Expresso Coletivo Forquilhinha e Autoviação Critur, e é responsável pelo transporte coletivo urbano de Criciúma, conforme o Contrato de Concessão feito com o Município em 2021. O sistema possui 102 ônibus, com 19 amarelinhos e 83 ônibus que ligam os bairros aos terminais. Diariamente, mais de 40 mil passageiros são atendidos, garantindo agilidade e acessibilidade no transporte urbano.
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