• Pelo Estado entrevista Fúlvio Brasil Rosar Neto o superintendente de Agricultura em SC

    “Todas as medidas de biosseguridade foram adotadas no controle e monitoramento da gripe aviária”, comenta Fúlvio Brasil Rosar Neto.

Pelo Estado entrevista Fúlvio Brasil Rosar Neto o superintendente de Agricultura em SC

18 Nov, 2023 21:38:11 - Entrevista

Florianópolis (SC)

Santa Catarina é uma potência na produção e exportação de aves, sendo o segundo maior produtor do país. Recentemente, o Governo Federal liberou R$ 2 milhões para o combate e à gripe aviária, por meio de um convênio com o Governo do Estado, e que foi assinado pelo Superintendente do Ministério da Agricultura em Santa Catarina, Fúlvio Rosar Neto.

A Coluna Pelo Estado conversou com Rosar Neto sobre como está a produção e exportação de aves no Estado, os projetos do agronegócio entre outras ações da pasta.

Pelo Estado - Recentemente, o senhor encontrou o Ministro Carlos Fávaro durante uma agenda sobre gripe aviária, quando foi anunciada a liberação de R$ 2 milhões para o combate à gripe aviária. Poderia nos detalhar como foi o encontro

Rosar Neto - Desde que assumi o cargo de Superintendente, eu e o Ministro Fávaro tivemos algumas oportunidades produtivas de conversar pessoalmente. Em especial, na última, discutimos sobre a situação da gripe aviária no Brasil, e sobre as medidas de prevenção e controle que estão sendo adotadas pelo Ministério da Agricultura e Pecuária. Também debatemos sobre os desafios e as oportunidades para o mercado de carne de frangos, que é um dos principais segmentos da economia catarinense. O ministro disse que o Brasil tem potencial para aumentar sua participação no comércio mundial de produtos avícolas, podendo chegar a 42%, quiçá 45%, da produção mundial. Por fim, alinhamos a liberação de R$ 2 milhões para o combate à gripe aviária em nosso estado, que fortalecerá a defesa agropecuária, auxiliando nas ações de prevenção e controle da influenza aviária H5N1.

PE - Santa Catarina é um dos maiores produtores e exportadores de carne de frango do país. Como é feito atualmente o controle e monitoramento de casos de gripe aviária no Estado?

RN - Santa Catarina é um sucesso neste setor, exportando para 138 países. Somos o segundo maior produtor e maior exportador de aves do Brasil. Essa posição destacada no setor avícola catarinense é fruto de uma combinação de fatores, incluindo eficiência produtiva, adoção de tecnologias avançadas, rigoroso controle sanitário, diversificação do mercado externo e iniciativas voltadas para a qualidade dos produtos. Referente ao controle e monitoramento de casos de gripe aviária, existe uma abordagem colaborativa entre diferentes entidades, capitaneado pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA). Todas as medidas de biosseguridade foram adotadas, incluindo: Vigilância Epidemiológica; Monitoramento em Propriedades Rurais; Testes Laboratoriais; Isolamento e Abate Preventivo; Restrições ao Trânsito de Aves e Produtos Avícolas; Educação e Treinamento. Temos orgulho de ter logrado êxito no combate a gripe aviária aqui no estado, fruto do trabalho abnegado do MAPA, Secretaria da Agricultura - SAR, CIDASC e toda a cadeia produtiva envolvida, não registrando nenhum caso de gripe aviária em aves comerciais.

PE - E quais são hoje os projetos em desenvolvimento da pasta e para quais áreas?

RN - Atualmente, o Ministério da Agricultura e Pecuária (MAPA) está focado em uma série de projetos estratégicos para 2023/2024. Estamos trabalhando para fortalecer a produção sustentável de alimentos e investir cada vez mais em programas de desenvolvimento agropecuário e agroindustrial. Ressalto o Plano Safra 2023 do MAPA, o maior da história, que prevê a disponibilização de R$ 364,22 bilhões em crédito rural, valor 27% maior se comparado ao do ano passado. Outro projeto importante é a valorização da produção sustentável dos produtos brasileiros do agronegócio. Nesses dez meses de gestão do Ministro Carlos Fávero, o setor sentiu o reflexo na melhoria do comércio motivado pela política respeitosa com as práticas sustentáveis e rigorosa com os crimes ambientais. Na prática, temos acompanhado o combate ao desmatamento e o debate da transição de matriz energética limpa através do fomento ao biocombustível brasileiro. No campo ambiental, ressaltamos, também, o programa de conversão de pastagens de baixa produtividade, que visa intensificar a produção de alimentos de forma sustentável. Segmentos nos quais Santa Catarina já é destaque. O MAPA, ainda, tem trabalhado em projetos de melhorias em estradas vicinais da zona rural, na ampla disponibilização de máquinas e patrulhas agrícolas e na valorização da pesquisa científica, garantindo um agro catarinense cada vez mais dinâmico e tecnologicamente moderno. Buscamos estar atentos às dificuldades enfrentadas pelos nossos produtores rurais. Nesse sentido, conseguimos neste ano alterar o calendário para o plantio de soja, evitando o déficit de milho e outras culturas. De igual modo, garantimos, com o Decreto 11.732/2023, a redução da importação do leite para o Brasil, tendo como maior beneficiário os produtores de leite catarinenses.

PE - O senhor assumiu a Superintendência do Mapa de Agricultura e Pecuária do Estado no início do ano. Como foi encarar este desafio?

RN - Tenho dito sempre que o agronegócio é a locomotiva catarinense, é a mola propulsora da nossa economia. Hoje representamos 64,4% das exportações do Estado, com faturamento de 7,5 bilhões de dólares. É um setor multifacetado e pujante. Lidar com essa diversidade de atividades, desde a produção agrícola até a pecuária, requer um entendimento abrangente e a capacidade de coordenar políticas que beneficiem diferentes segmentos. Para além disso, o Superintendente pode atuar como uma ponte entre órgãos representativos do setor, como os Sindicatos Rurais, Prefeituras e Governo do Estado, captando recursos e deixando a cargo destes agentes a execução de políticas públicas que beneficiem o setor. Embora possua formação jurídica, militando como advogado, em virtude da minha atividade empresarial, estou umbilicalmente ligado ao agronegócio. Sendo assim, aceitei o desafio com elevado senso de responsabilidade, e tenho me dedicado incansavelmente para desempenhar um bom trabalho. Diariamente, me sinto encorajado pelos ensinamentos e ponderações dos técnicos do MAPA, dos produtores rurais, e de todos os stakeholders que fazem do agronegócio esta potência. Buscando agir dessa maneira, tem sido gratificante estar à frente do MAPA em Santa Catarina.

PE - Quais são os seus projetos à frente da Superintendência?

RN - Nosso principal projeto é continuar garantindo a defesa agropecuária e a fiscalização de seus produtos, assegurando a saúde das plantas, dos animais, e dos consumidores catarinenses, bem como a qualidade e a competitividade dos nossos produtos nos mercados interno e externo. Uma área também importante da Superintendência se relaciona ao fomento agropecuário. Nessa perspectiva, temos nos empenhado para ampliar o acesso dos produtores rurais aos programas e políticas públicas do MAPA. Outro tema de suma importância que buscamos promover diz respeito ao desenvolvimento tecnológico e ao fomento na área de inovação, ciência e pesquisa no setor agropecuário. Um dos problemas atualmente enfrentados pelas cooperativas e produtores é a falta de conectividade no campo. Estamos, de igual modo, estudando possibilidades para superação desse obstáculo.

PE - Como o senhor vê o atual cenário do agronegócio catarinense?

RN - O agronegócio catarinense é um dos mais dinâmicos e competitivos do Brasil, com destaque para a produção e a exportação de proteína animal, produtos florestais e grãos. O setor é responsável por 31% do PIB estadual e por 64,4% das exportações, gerando emprego, renda e desenvolvimento para o estado. O agronegócio catarinense tem se adaptado às exigências de sustentabilidade frente às mudanças climáticas, às demandas dos consumidores e aos avanços tecnológicos, buscando sempre a qualidade e a inovação. O cenário atual é de crescimento e de oportunidades, mas também de desafios, os quais têm sido superados com maestria por nosso setor agropecuário. Como superintendente do MAPA em SC, vejo com otimismo o futuro do agronegócio catarinense, que tem potencial para se consolidar cada vez mais, demonstrando eficiência e competitividade. Para isso, contamos com o apoio das entidades representativas do setor, dos centros de pesquisa e, principalmente, dos produtores rurais, que são os verdadeiros protagonistas do agronegócio catarinense.

PELO ESTADO

REDAÇÃO JINEWS
Postado por REDAÇÃO JINEWS

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