Independência do Brasil no dia 7 de setembro segundo a historiadora Elza de Mello
Içara (SC)
Em 1820, eclodiu em Portugal a Revolução Liberal do Porto, uma revolução de caráter liberal, organizada pela burguesia portuguesa, para recolocar Portugal como o centro administrativo do reino. Uma das exigências das Cortes portuguesas foi o retorno imediato do rei para Portugal. E por causa da pressão dos portugueses sobre D. João VI, o rei jurou lealdade à Constituição portuguesa em 26 de fevereiro de 1821. Nesse dia, o rei também pôs fim ao afastamento de D. Pedro dos assuntos do governo, e isso marcou o envolvimento do príncipe, politicamente falando, com a crise que levou à independência do Brasil.
Em 7 de março, um decreto determinou que D. Pedro seria regente do Brasil. No dia 23 de abril de 1821, outro decreto estipulou quais eram as suas atribuições nessa função. Esse decreto determinou que:
Ficava o príncipe com o direito de conferir cargos, postos e condecorações. Estava autorizado até, em caso urgente, a fazer a guerra ou a admitir tréguas. D. Pedro deliberaria com o auxílio de quatro ministérios, do Reino e Estrangeiros, da Guerra, da Marinha e da Fazenda […]. Em caso de morte do regente, governaria d. Leopoldina, com um Conselho de Regência.
Desse momento em diante, D. Pedro foi uma peça-chave no decorrer dos acontecimentos que levaram à independência do Brasil. Em 1821, a ideia de independência não estava muito consolidada ainda, mas a intransigência das Cortes e as tentativas de recolonizar o Brasil mudaram esse quadro.
O acontecimento decisivo que mobilizou o movimento de independência aconteceu em 29 de setembro de 1821, quando ordens de Portugal exigiam o retorno do regente para Lisboa e revogavam uma série de medidas implementadas por D. João VI. D. Pedro estava convicto de seu retorno a Portugal, mas sua esposa, D. Leopoldina, atuou consideravelmente para convencê-lo a ficar. E paralelamente à ação da princesa, um grupo de brasileiros, defensores da independência, começou a se organizar em um movimento que exigia a permanência do regente.
Entre os dias 8 e 9 de janeiro, D. Pedro recebeu um abaixo-assinado com 8 mil assinaturas de pessoas que defendiam sua permanência no Brasil. Motivado por isso, D. Pedro anunciou a frase: “Como é para bem de todos e felicidade geral da nação, estou pronto; diga ao povo que fico.”
A relação com Portugal foi desgastando-se com o passar dos meses. Entre agosto e setembro de 1822, existiam três grupos com propostas diferentes para os rumos do Brasil. Os portugueses instalados aqui queriam que D. Pedro retornasse a Portugal e que as decisões tomadas pelas Cortes fossem implantadas aqui. O segundo grupo era liderado por Joaquim Gonçalves Ledo e defendia a Independência e a implantação de um modelo republicano no país. O terceiro grupo era apoiado por José Bonifácio de Andrada e Silva, pessoa de grande influência sobre D. Pedro, e defendia a instalação de um regime monárquico constitucional.
Dom Pedro acabou declarando a independência do Brasil em 7 de setembro de 1822, às margens do Rio Ipiranga, em São Paulo. Nessa ocasião, ele estava em uma viagem para negociar com lideranças políticas de São Paulo o apoio ao movimento de independência. Durante a viagem, uma carta com novas ordens de Portugal chegou enviada para D. Pedro, e o mensageiro, encontrou-o na altura do Rio Ipiranga.
Dom Pedro foi aclamado como Imperador do Brasil e sua coroação aconteceu em 1º de dezembro de 1822.
Estamos vivendo a Semana da Pátria. Te tenhamos o discernimento para lutar por uma Pátria livremente independente e governada com a sonhada democracia. Que nossos festejos estejam revestidos de valores patrióticos e de muito orgulho de nossa Pátria Mãe.
Salve 7 de Setembro! Salve a Independência do Brasil!