Estudante da Esucri tem poema publicado em revista paulista
Criciúma (SC)
Além das teorias e práticas totalmente voltadas para a área da saúde, o curso de Enfermagem da Esucri também possui em sua grade curricular a disciplina de Cultura Indígena e Afro-Brasileira. Foi nela que a aluna Bianca Vieira desenvolveu o poema 'Escravidão no Brasil', selecionado em um concurso e publicado pela revista “Conexão e Literatura” de São Paulo (SP).
Quem inscreveu o poema da jovem foi a professora da disciplina, Andressa Manfredini. “Sempre fui apaixonada por livros e poemas e ela trouxe o conteúdo para a sala de aula de uma maneira muito instigante, que me fez pesquisar mais e ir além das explicações.”, disse Bianca.
“Esse trabalho relata a dor, o sofrimento dos povos africanos e a vida difícil que tinham, pois fazem parte da nossa história. Com a publicação, mais pessoas podem conhecer sobre. Escrever este poema foi muito gratificante e a publicação na revista para que outros conheçam um pouco da história, foi mais ainda”, complementou
“A disciplina possibilitou que pudéssemos aprender o quanto os africanos sofreram preconceitos e lutaram durante anos para poder ter seus direitos, para ter liberdade. Atualmente eles ainda lutam, para ter condições iguais a todos e serem respeitados”, concluiu.
Segundo a coordenadora do curso, professora Marilene Nonnemacher Luchtemberg, a disciplina é importante para todas as áreas de conhecimento, pois aprender sobre a escravidão nos permite ter um olhar diferente para o próximo. “Quando um conteúdo assim é trabalhado em sala de aula, é muito mais que história, é a luta de um povo que busca respeito. Nós enfermeiros aprendemos que ao realizar um atendimento, devemos tratar todos de maneira igualitária, sem discriminações, respeitando as diferenças”, ressaltou.
Escravidão no Brasil
Africanos que foram escravizados
Vinham nos navios acorrentados
Como animais eram tratados
Por anos foram desvalorizados
No sistema escravista não tinham opção
Os donos das fazendas não tinham comoção
Os negros trabalhavam para não serem açoitados
Por fazendeiros desalmados
O escravo levava a culpa da praga na plantação
Seu senhor dizia que era porque não tinham uma religião
A mulher negra considerada fruto do pecado
Pelo fazendeiro seu corpo foi abusado
Amarrados ao tronco nus eram chicoteados
Fizeram contra esse povo tantos pecados
Embaixo de o sol escaldante trabalhar eram obrigados
Se não castigos sobre eles seriam aplicados
Fugir pela mata até podia ser uma opção
Mas encontrar o capataz seria sua perdição
Acabavam sendo enforcados pelo seu senhor
Viviam momentos de pavor
Não podiam saber ler nem escrever
O passado tinham de esquecer
Eram retirados das pessoas que amavam
Só a dor e às lembranças lhes restavam
Obrigados a trabalhar sem nenhuma condição
Viveram muitos anos nesta situação
Buscando dar a sua história a continuação
Mesmo com tanta humilhação
Alguns tentavam o suicídio para da escravidão fugir
Outros continuavam a persistir
Sem nunca desistir
Um povo com um passado trágico
Da sua história foi recitado o básico
Há muita coisa para se conhecer
Um passado de se entristecer...
TRAQUEJO COMUNICAÇÃO