Encontro de governadores do Sul termina sem anúncios de impacto
Florianópolis (SC)
No dia em que completou um ano do primeiro decreto publicado em Santa Catarina estabelecendo medidas restritivas como parte do enfrentamento à pandemia do coronavírus, o Governador Carlos Moisés (PSL) recebeu na Casa D’Agronômica, em Florianópolis, os seus colegas Eduardo Leite (PSDB), do Rio Grande do Sul; e Ratinho Júnior (PSD), do Paraná, com o objetivo de definirem estratégias em conjunto para a continuidade de uma “guerra” que parece estar longe do fim. Vizinhos e com problemas semelhantes, os três chefes do Executivo têm um ponto em comum: a vacinação em massa é a saída mais lógica para diminuir o número de casos e a pressão sobre o sistema hospitalar.
Porém, o encontro não foi marcado por nenhum anúncio de compra em conjunto de imunizantes, por exemplo. Os três governadores confirmaram o que já havia de acordo entre os demais chefes de Executivos de todos os estados brasileiros. A responsabilidade sobre a aquisição e distribuição das doses segue com o Governo Federal. Moisés, Leite e Ratinho apostam no histórico do Plano Nacional de Imunização (PNI) como melhor forma de as doses chegarem aos moradores de Santa Catarina, Paraná e Rio Grande do Sul.
Todos entendem que a criação de um consórcio pode, inclusive, provocar reações de mercado, com aumento do preço das vacinas por parte de fornecedores.
Outros pontos tratados no encontro de Florianópolis foram a integração total na troca de informações entre os estados; a regulação de leitos e possibilidade de transferência de pacientes dentro da região Sul, sobretudo entre cidades de fronteira; e a regulação na compra de insumos, com possível troca de material dependendo das necessidades.
Em resumo, quem esperou por decisões bombásticas, ficou decepcionado.
Sem efeito
A ação orquestrada pelo prefeito de Florianópolis, Gean Loureiro (DEM), de conseguir unificar medidas restritivas nos 22 municípios da Grande Florianópolis acabou sem o efeito desejado. A decisão de suspender as aulas presenciais foi derrubada pela Justiça em São José e São João Batista e Canelinha, consideram que há a necessidade de maior diálogo para levar adiante o fechamento de atividades econômicas. Gean, que já havia perdido pontos com a viagem “a la Doria” para o exterior em plena pandemia, agora vê seu exercício de articulação virar água.
Economia no carro
O Gás Natural Veicular (GNV) manteve sua competitividade frente aos combustíveis líquidos no mês de fevereiro em SC. A economia para quem usa o combustível é cerca de 41% quando comparado à gasolina; e de 50% em relação ao etanol. O valor médio da venda do GNV no Estado em fevereiro foi de R$ 3,513. A gasolina, por outro lado, teve uma média de R$ 4,830 e o Etanol, de R$ 3,956. Os dados são de levantamento da ANP (Associação Nacional do Petróleo). Outra vantagem é a tarifa regulada. Em 2021, a gasolina já sofreu seis aumentos; o diesel, cinco; e o etanol acaba sendo indexado por esses índices de variação. A variação de preço do GNV acontece duas vezes no ano: em janeiro e julho.
Voos
Após acertar articulação com o governo do estado, o coordenador da Bancada do Oeste na Alesc, o deputado Fabiano da Luz (PT), conseguiu parecer da empresa Azul para retomada dos voos diretos entre Chapecó e Florianópolis a partir de maio. A Azul havia anunciado o cancelamento a partir de segunda-feira (22). “Sugerimos, que o governo do estado encontre solução para redução das alíquotas de ICMS sobre os combustíveis das aeronaves”, afirmou o deputado.
Educação
“Aprovamos uma lei que tornou a educação essencial e essa lei foi desrespeitada” disse a deputada Marlene Fengler (PSD) durante a sessão na Alesc, referindo-se a lei em vigor desde o começo de dezembro, prevendo que as aulas presenciais e atividades consideradas essenciais só podem sofrer restrições se forem embasadas em critérios técnicos e científicos. Marlene reconhece o momento delicado no enfrentamento à Covid, mas destacou: “Se a alternativa é pela adoção de medidas restritivas, deve-se fechar tudo primeiro e só depois as escolas”.
PELO ESTADO