Coluna de Elza de Mello - 16 de novembro de 2016

16 Nov, 2016 10:59:09 - Artigo

IÇARA NOSSA TERRA NOSSA GENTE (205)

Sabemos que é típico dos seres humanos viver em comunidades ou em sociedade. Inter-relacionam-se. Congregam-se por vários laços. Orientam-se para realizações de fins comuns. E a base do estabelecimento desta comunicação é sempre um conjunto de sinais e de regras, segundo as quais eles se combinam. E é a esse conjunto que convencionamos chamar de linguagem. Logo o falar será a peculiaridade específica de uma região. Fato que ficou muito provado na tarde de ontem, com a delegação italiana que foi recepcionada por içarenses.

Falando o dialeto típico de sua região, Malo, as pessoas presentes ouviram–nos com atenção. Mas a compreensão expressiva de cada pessoa vinha do acompanhante e intérprete, o Frigo, catarinense e de Nova Veneza. É que em Nova Veneza ocorreu a assinatura de gemellaggio com aquele município e, na oportunidade firmaram pacto de amizade com a cidade de Içara. Há uma vontade crescente de formação de gemellaggio pelos descendentes de italianos em Içara. Uma vontade que também era nossa, dos descendentes de açorianos e que agora se faz realidade. Houve a geminação firmada pela delegação do Concelho de Lages das Flores aqui em nossa cidade. Se a delegação de Içara retribuir a visita à Açores, firmará a geminação. Caso contrário, estará abandonando o pacto firmado aqui em Içara.

E neste final de semana Içara esteve representada na festa da integração da etnia açoriana, a nível nacional, o AÇOR. Já a 23ª edição da festa que reúne todas as comunidades que preservam a cultura de base açoriana através de suas atividades: artesanato, religiosidade, gastronomia, folguedos, cantares e danças. É uma concentração bem grande e sempre muito bem organizada. Os municípios desfraldam as suas Bandeiras, recepcionam e são recepcionados por povos de todos os recantos brasileiros. Içara sempre contribuiu com a sua presença e hoje com maior evidência. Basta lembrar que pela terceira vez seguida trouxemos um troféu de destaque, além de dois troféus que a administração municipal angariou ao sediar o AÇOR.

É conveniente lembrar os três troféus conquistados: Ilha da Graciosa, para o pesquisador da cultura Açoriana foi pela professora Elza de Mello Fernandes no ano de 2014, em Santo Antônio de Lisboa. O segundo troféu foi recebido na cidade de Bombinhas pela escola José Fernandes Silveira, o troféu Ilha de Santa Catarina. Este terceiro, o troféu Ilha do Corvo foi conquistado pelo artesão Marcionei Fernandes, nessa edição de 2016, em Itajaí. São conquistas de pessoas que trabalham com amor pela sua cultura, na luta pela preservação de valores sólidos de sua base familiar. Pessoas que nunca se distanciaram da memória de seus ancestrais e do respeito ao legado que os faz reacender a chama capaz de visualizar os passos anteriores e reconhecer que são essas pegadas, no solo içarense, que nos faz um povo aguerrido e valorosos de nossas raízes étnicas, caldeadas em uma pluralidade cultural.

Parabéns Marcionei pelo seu empenho e desempenho como membro da ACAI e como herdeiro de um legado ancestral. Obrigada administração municipal pelo apoio para podermos divulgar os valores em nossa terra e de nossa gente.


TEXTO: ELZA

ELZA DE MELLO
Postado por ELZA DE MELLO


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