• Alunos da APAE Cocal do Sul visitam Meliponário em Lauro Muller (SC)

    Na oportunidade o grupo pôde conhecer outras espécies de abelhas sem ferrão, degustar méis, tirar dúvidas e receber dicas sobre o cultivo.

Alunos da APAE Cocal do Sul visitam Meliponário em Lauro Muller (SC)

30 Out, 2023 14:25:18 - Geral

Cocal do Sul (SC)

Na última terça-feira (24/10/2023), alunos e professores da APAE Cocal do Sul desfrutaram de um dia repleto de conhecimento, sabores, diversão e informações. Acompanhados pelo veterinário Vinicius Prior, responsável pelo projeto "Meliponário - Aprendendo de Flor em Flor" em Cocal do Sul, eles visitaram uma propriedade no Centro de Lauro Muller (SC) dedicada à criação de abelhas sem ferrão.


O principal objetivo da visita foi proporcionar aos alunos envolvidos nas atividades com abelhas na APAE a oportunidade de conhecer outras espécies de abelhas e diferentes métodos de cultivo. A visita ocorreu no Meliponário Rio do Rastro, onde o engenheiro agrônomo, professor e proprietário do local, Guilherme Doneda Zanini, liderou a experiência, que incluiu um delicioso café e uma degustação de méis produzidos por abelhas sem ferrão. "Temos que aplaudir a APAE, que não só realiza um trabalho magnífico com as pessoas, mas também se dedica a esse trabalho adicional com as abelhas", destacou Zanini.


Na propriedade de Zanini, os visitantes tiveram a oportunidade de conhecer de perto 12 espécies de abelhas, incluindo Guaraipo Negra, Guaraipo Amarela, Bugias, Mandassaia, Manduri Amarela, Manduri Rajada, Jataís, Tubunas, Mirim Guaçu, Mirim Emerina, Mirim Droryana e Guiruçú, também conhecida como abelha do chão.

Cultivo como terapia

O cultivo de abelhas sem ferrão também foi destacado como uma forma terapêutica. Guilherme Doneda Zanini compartilhou que ele próprio costumava recorrer a tratamentos medicamentosos para ansiedade antes de iniciar a criação de abelhas sem ferrão, mas a atividade se mostrou tão benéfica que ele cessou o tratamento. Portanto, ele abre sua propriedade para visitas com o objetivo de compartilhar sua experiência e conhecimento com outras pessoas. "Fico aliviado por ter conhecido as abelhinhas sem ferrão. Considerando o bem que elas me fizeram e meu amor natural por compartilhar informações, uni o útil ao agradável. Nossa intenção é conscientizar o máximo de pessoas possível sobre a importância e os benefícios que essas abelhas nos proporcionam. Estamos abertos a visitantes para maximizar a compreensão das abelhas", afirmou Zanini.


Na APAE Cocal do Sul, o projeto do Meliponário também é utilizado como terapia, demonstrando o quanto o trabalho com as abelhas pode oferecer inúmeros benefícios. Durante as aulas, além das atividades sensoriais que envolvem os sentidos, como olfato, paladar, audição, tato e visão, alguns alunos também realizam trabalhos como a confecção e pintura de caixas, produção de artesanato e alimentos relacionados às abelhas e ao mel.

A importância das abelhas

A importância das abelhas para a biodiversidade e a sustentabilidade do ecossistema também foi destacada. A famosa citação atribuída a Albert Einstein, que afirma que "se as abelhas desaparecerem da face da Terra, a humanidade terá apenas mais quatro anos de existência", ressalta a importância vital das abelhas na polinização, reprodução da flora e, consequentemente, na sobrevivência de outras espécies, incluindo a humana.

O engenheiro agrônomo e professor Guilherme Doneda Zanini reforçou essa informação, destacando que 80% da vegetação em sua propriedade bem como da Mata Atlântica devem sua existência à polinização específica das abelhas sem ferrão.


"A primeira coisa que as pessoas pensam quando se fala em abelhas é 'cuidado, elas picam, têm ferrão', e eu também pensava assim até dois anos atrás. De fato, existem abelhas que têm ferrão, mas também existem diversas abelhas que não o possuem. Curiosamente, essas abelhas sem ferrão são nativas do Brasil e estão adaptadas ao nosso clima há muito mais tempo do que qualquer povo indígena ou ser humano. Elas desempenham um papel fundamental em nosso ecossistema, sobrevivendo e evoluindo no nosso território há milhões de anos", explicou o professor.

O cultivo de mel e própolis

Quanto ao cultivo de mel e própolis, na APAE Cocal do Sul, a produção é ainda limitada devido ao número de caixas e colônias que estão em fase de multiplicação e crescimento. Por isso, na propriedade de Guilherme, os alunos puderam aprofundar seu conhecimento sobre os sabores e detalhes relacionados ao mel e própolis produzidos pelas abelhas sem ferrão.

Após dois anos de dedicação ao aprendizado e criação de abelhas, o Meliponário Rio do Rastro conquistou o título de ser o único no Brasil com selo de inspeção federal para a extração de própolis de Jataí, além de ser o único em Santa Catarina com selo de inspeção federal para a extração do própolis das abelhas Manduri e Guaraipo. Os produtos produzidos por essas abelhas puderam ser apreciados de perto pelos alunos.


Uma curiosidade importante sobre o mel das abelhas sem ferrão é o seu alto preço. Alguns tipos podem facilmente custar mais de R$ 600 por quilograma. O engenheiro agrônomo explica que isso se deve a diversos fatores. "Enquanto uma colmeia de Jataí possui cerca de 5 mil abelhas, uma colmeia de abelhas africanizadas (as abelhas com ferrão mais comuns encontradas na região) pode ter até 50 mil abelhas. Além disso, uma abelha Jataí consegue carregar pólen junto com o néctar em uma proporção cinco vezes menor do que as abelhas africanizadas. Devido à menor população e à produção reduzida, a quantidade de mel por caixa também é menor, e o fato de não ser encontrado com facilidade contribui para o seu alto valor", finaliza o engenheiro agrônomo.

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Postado por REDAÇÃO JINEWS

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