Vôlei masculino se reinventa e projeta novo ciclo de sucesso

22 Ago, 2016 09:09:02 - Esporte

Rio de Janeiro

A desconfiança bateu a porta da seleção masculina de vôlei por alguns motivos - a oscilação da equipe em competições importantes, em razão de uma safra minguada, a convocação de oito atletas sem experiência olímpica e, como suposta consequência disso, os tropeços que vieram no início dos Jogos. O time de Bernardinho deu sinais de instabilidade e parecia, duas semanas atrás, distante da busca por nova medalha de ouro.

Logo na estreia, perdeu um set para o México, o futuro lanterninha do torneio, e o olhar enviezado do torcedor pôde ser flagrado nos telões do Maracanãzinho. Mais do que isso, o pequeno revés acentuava a incerteza quanto ao sucesso de um grupo com apenas quatro remanescentes de olimpíadas - o veterano Serginho, Bruninho, Wallace e Lucão.

Houve outra vitória por 3 a 1, também nada convincente, sobre o Canadá e, logo depois, o risco de uma eliminação ainda na primeira fase passou a atormentar até os mais comedidos. As derrotas para os Estados Unidos e a Itália esboçavam uma queda. Era preciso reagir. E a campanha seria desastrosa se Lucarelli não desequilibrasse contra a França.

A fase do mata mata convidava para um confronto entre Brasil e Argentina. Antes da partida, os atletas lamentaram a saída precoce da seleção feminina, nas quartas de final. Mas, pediu o técnico, não podiam perder o foco.

A equipe tinha de provar que se reinventara ao longo do ciclo que se encerraria neste domingo (21). O técnico Bernardinho montou um quebra-cabeça. Com o grupo à disposição, formou um time com mais sangue nos olhos e menos talento. Buscou Serginho, o símbolo maior da conquista, e o demoveu a continuar em atividade. O jogador, ouro nos Jogos de 2004, já havia abandonado as quadras.

Apostou em Lipe, um atleta de 32 anos e de currículo reduzido na seleção, e viu na juventude de Lucarelli a esperança de dias melhores. Superou os argentinos e depois os russos. O time aprendia com os erros e se mostrava em condições de dar o troco aos italianos na grande final. Bernardinho trabalhou na conta do chá. Não dispunha de reservas à altura.

Por isso, contou ele neste domingo, se controlou nas cobranças dentro da quadra, gesticulou com mais equilíbrio, ponderou. Sabia que não lidava com um elenco de técnica admirável, como a do ouro de 2004.

Agora, com o novo pódio dourado, a Seleção vai ter de revelar mais atletas com a qualidade de Lucarelli. 

E trabalhar valores, consagrados nesta olimpíada, como Maurício Souza e Douglas. Para o mais reverenciado de todos, o xodó Serginho, os demais 11 campeões ainda têm pelo menos um outro ciclo olímpico. "Isso pode fazer a diferença em 2020", disse o bicampeão, prevendo que Tóquio vai receber um grupo mais encorpado e menos suscetível a dúvidas, a interrogações.


TEXTO: TERRA

REDAÇÃO JINEWS
Postado por REDAÇÃO JINEWS

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