Uso excessivo de smartphone pode causar dependência

20 Dez, 2016 17:30:46 - Saúde

Florianópolis (SC)

Se você é daquele tipo de pessoa que não consegue ouvir a notificação sonora do celular que já corre para ver a mensagem, tome cuidado para não se tornar um nomofóbico. Não sabe o que é isso? O termo nomofobia foi cunhado no Reino Unido e é derivado da expressão no mobile phobia, usado para identificar as pessoas que apresentam mal estar ou ansiedade quando estão longe do celular e ficam com medo de se tornarem tecnologicamente incomunicáveis.

Perceber que a bateria está chegando ao fim ou que o sinal está fraco demais causa pavor em algumas pessoas. É justamente esse o perigo, quando o uso do smartphone vira vício. Isso não é difícil acontecer, afinal, usamos o celular o dia inteiro para conversar com os amigos, checar o trânsito, pagar contas, fazer compras. A pesquisa Pew Research Center, realizada nos Estados Unidos, revelou um problema bastante preocupante. Cerca de 55% dos americanos usam o celular no carro, 35% no cinema, 33% em um encontro romântico, 19% na igreja, 12% no chuveiro e 9% enquanto fazem sexo.

De acordo com a psiquiatra e membro da Associação Catarinense de Psiquiatria (ACP), Lilian Lucas, embora a dependência de celular ainda não tenha um diagnóstico reconhecido, já foi incluída no manual Diagnóstico de Transtornos Mentais como “condição para futuros estudos”. “Este é considerado um vício comportamental que afeta o funcionamento mental e causa sintomas como perda de controle do uso do smartphone, perda de interesse em outras atividades antes prazerosas, necessidade de passar cada vez mais tempo usando o aparelho para obter o mesmo prazer”, explica a psiquiatra.

O estudo Mobilidade Brasil 2008, da Ipsos, avaliou mil indivíduos de todas as classes sociais, ambos os sexos e com idade superior a 16 anos, em 70 cidades brasileiras. A pesquisa revelou que 18% dos entrevistados eram viciados em celular. O aparelho superou os computadores de mesa e passou a ser o artigo mais utilizado para acessar a internet. Os brasileiros passam, em média, 4 horas por dia conectados aos smartphones. Isso corresponde a quase o dobro do tempo dos coreanos, americanos e britânicos, que ficam cerca de 1,9 horas por dia, segundo dados da McKinsey.

A psiquiatra alerta que o uso compulsivo pode ter origem em outros problemas subjacentes como depressão, transtorno de déficit de atenção e hiperatividade, ansiedade, problemas de relacionamento e problemas de controle de impulso.

A causa pode não estar no aparelho, em si, mas no fato do celular ter se tornado uma espécie de extensão da mente e um meio para se ter uma vida social. De acordo com o psiquiatra Marcelo Calcagno, que é membro do Grupo de Estudos sobre Adições Tecnológicas (Geat) e filiado à ACP, o descontrole pode provocar problemas de socialização; abandono das práticas esportivas; problemas físicos como visão borrada, dores nos punhos, na coluna cervical e insônia. 

Para curar a dependência é necessário tratar a doença de origem, alerta Calcagno. “É preciso cuidar primeiro da doença base, que pode ser um transtorno depressivo ou de déficit de atenção, por exemplo. O segundo passo é o tratamento psicoterápico por meio da terapia cognitivo comportamental”, explica o psiquiatra.

Dicas para evitar a dependência aos smartphones:

1-Evite usar o celular na cama pelo menos 1 hora antes de dormir;
2-Desabilite as notificações ou deixe o aparelho desligado por algumas horas;
3-Estipule lugares e programas para fazer sem o celular, como ir ao cinema, teatro, sair com os amigos;
4-Busque atividades que tranquilizem e estimulem a concentração, como yoga e acupuntura;
5-No final de semana evite checar os e-mails de trabalho.

Qual a sua relação com seu smartphone? 


- 85% usam o telefone como relógio;
- 89% usam como despertador;
- 75% admitiram adormecer com o smartphone na cama;
- 69% disseram que estavam mais propensos a esquecer a carteira do que o celular ao sair de casa;
- 25% afirmaram que o telefone é “perigosamente sedutor”;
- 41% disseram que perder o smartphone seria uma tragédia


TEXTO: ASSESSORIA DE COMUNICAÇÃO

REDAÇÃO JINEWS
Postado por REDAÇÃO JINEWS

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