• Abandonadas após tragédia de avião, as meninas da Chape pedem ajuda do clube para seguir no futebol

Time feminino da Chape pode acabar por falta de apoio

30 Mar, 2017 15:21:42 - Esporte

Chapecó (SC)

Passados quatro meses do acidente na Colômbia, Chapecó ainda se recupera do trauma que abalou a cidade. Para a equipe feminina da Chapecoense, a tragédia deixou outra sequela. As meninas que chegaram à segunda fase da última Copa do Brasil adulta acabaram escanteadas pelo clube, que direcionou todos os recursos para a reformulação do time masculino. Sem investimentos, o projeto corre o risco de ser extinto em poucos dias.

O grupo de 25 atletas sequer tem um campo à disposição, já que a Chapecoense não oferece mais seu centro de treinamentos para a equipe feminina. O local dos treinos varia a cada semana. A atividade acompanhada pela reportagem do EL PAÍS aconteceu em um campo na periferia da cidade, a 25 quilômetros do centro, que não conta nem mesmo com instalações de água no vestiário.

“A dificuldade é muito grande”, diz a volante Laura Gieseler, de 16 anos. “No ano passado, a gente estava bem, fazendo um grande trabalho, mas agora ficou complicado. Ainda estamos abaladas pelo acidente. Os meninos sempre nos davam conselhos, eram muito queridos. Além da dor pela morte deles, também sofremos com a perda de apoio ao projeto feminino. Espero que o clube volte a nos ajudar.”

Coordenador do projeto, o professor de educação física Amauri Giordan é quem tem bancado a continuidade da equipe desde o fim de novembro. Em 2008, ele organizou um time feminino de futsal em uma escola pública da cidade e, quatro anos mais tarde, levou as meninas para o futebol de campo. A Chapecoense abraçou a ideia em 2014, ano em que disputou o Brasileirão feminino, sua primeira competição oficial na modalidade. O clube apenas emprestava sua estrutura e cedia o uniforme à equipe. Os salários das atletas eram pagos pela Female, tradicional time de futsal da cidade.

“Entreguei o projeto nas mãos do presidente da Chapecoense. Mas, depois do acidente, a nova diretoria resolveu dar uma segurada e não ampara mais nosso projeto do futebol feminino. Tínhamos uma relação diferente, de mais abertura, com os antigos diretores”, conta Giordan.

EL PAÍS

REDAÇÃO JINEWS
Postado por REDAÇÃO JINEWS

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