• Seminarista da Diocese de Criciúma relata missão na África

Seminarista da Diocese de Criciúma relata missão na África

06 Fev, 2019 11:38:09 - Variedades

Criciúma (DF)

"A missão é a atividade mais sagrada da Igreja, pois ela oferece aos homens a salvação dada por Cristo. No período de férias, de 17 de dezembro 2018 a 22 de janeiro de 2019, aconteceu a experiência missionária ad gentes, intitulada Missão Anunciação, organizado pelo Conselho Missionário de Seminaristas (COMISE) do Regional Sul 4. Fomos acolhidos pelos missionários da Comunidade Católica Divino Oleiro, em Tite, e por Dom Pedro Zilli, na Diocese de Bafatá, no país de Guiné Bissau - África. Estavam envolvidos 10 seminaristas dos seminários maiores de Filosofia e Teologia das dioceses de Joinville, Florianópolis e Criciúma. Bem como sete leigos das dioceses de Joinville, Florianópolis e Ponta Grossa. Por que realizar este projeto de missão? Para contribuir, de forma mais intensa, no tempo do Natal, na Evangelização e proporcionar aos seminaristas e leigos uma experiência de saída da sua cultura, nação e se lançar inquietados por Deus numa realidade chocante e tão desafiadora.

Destaco três aspectos, dentre tantos que me marcaram, a saber: No contexto da evangelização, é chocante pensar que, em Guiné Bissau, os cristãos protestantes e católicos são em torno de 10%. Inúmeras pessoas desconhecem aquele que acreditamos: Jesus Cristo. Meu coração recordava demais as comunidades primitivas que anunciavam o Cristo a quem nunca ouviu falar, em outra cultura, outro modo totalmente diferente de viver. A força do evangelho alcançava e continua a alcançar os corações que O desconhecem. Como é grande a necessidade de missionários que se deixem conduzir pelo Cristo para os territórios de missão ad gentes. Foi mandato de Cristo 'Ide a todos os povos'.

Uma das atividades que mais fizemos, foi ajudar nas catequeses nas tabancas, tanto para adultos e, principalmente, para as crianças, que são muitas. Em torno da metade da população pertencia às religiões tradicionais, com vários ritos e costumes distintos dos nossos, como a poligamia. Outra parte, em torno de 40%, era mulçumana. Por ambos, fomos acolhidos, calorosamente, em cada casa visitada. Rompemos a visão somente negativa que possuímos dos mulçumanos ou do sincretismo religioso das tradições afro no Brasil, que é bem diferente da África. Os missionários que lá estavam, juntamente ao padre Lúcio, deram um lindo testemunho de alegria e oferta de vida a Deus em favor dos homens. Além de anunciar o Cristo, realizam um trabalho de promoção humana, extremamente necessário.

Outro aspecto foi o a realidade social. Um povo que marcou demais meu coração pela acolhida, pela alegria que era constante, pela sede de Deus que tinham em seus corações. Prevalecem, na sociedade, muitos costumes dos povos nativos e dos mulçumanos que tem grande expressão lá. Guiné Bissau é um dos países mais pobres do mundo. Tocamos e fomos tocados pela realidade tão dura da pobreza sentida no contexto da África. Vimos o quanto significam os projetos de caridade mantidos pela Igreja, para aquele povo. Ao visitar o hospital do vilarejo, vimos que nem se compara com nossa realidade, sem recursos para atender tantas doenças, como tuberculose e HIV. Conhecemos um projeto de cinco escolas primárias que atendem em torno de 500 crianças, oferecendo os professores e a refeição do almoço. A alimentação é escassa, a higiene é precária, as condições básicas o governo, que sofre com guerras civis, não oferece por não ter recursos. As distâncias para ir à escola ou ao hospital são enormes. A realidade vista gera muita inconformidade no coração: Como podem, ainda, estas condições indignas para o ser humano existir?

Por fim, destaco as crianças que, ao mesmo tempo chocava ver as condições em que se encontravam, transmitiam muita alegria e amor. Todas as crianças das tabancas receberam roupas e balas, na época do Natal, levadas de doações do Brasil. Foi uma festa! Em cada criança contemplava o Cristo que continua inocente a passar fome, ser explorado, desconsiderado pela sociedade. Nos sorrisos, nos abraços, nos encontros ganhavam nosso coração! É algo que não definimos com precisão nas palavras, mas que o nosso coração experimenta e fica marcado! Além das crianças, complemento dizendo que os jovens são uma grande esperança naquele lugar. Os jovens cristãos tinham que romper com a família para poder professar a fé, e vários o faziam. São grandes protagonistas da evangelização local. Fizeram uma frase, no último grupo de jovens, para nossa despedida e, assim, com ela, concluo: 'A despedida é uma tristeza, mas não é o fim, é o começo de uma nova missão'".

TEXTO E FOTO/ ASSESSORIA DE IMPRENSA

REDAÇÃO JINEWS
Postado por REDAÇÃO JINEWS

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