Seminário de Filosofia e Sociedade da Unesc aborda temáticas sobre a pandemia

Criciúma (SC)

O 6º Seminário de Filosofia e Sociedade: Pensamento filosófico em tempos de pandemia, da Unesc, iniciou na tarde desta terça-feira (3/11) com a participação de professores, estudantes e profissionais de diversos pontos do Brasil. O evento, que teve a sua primeira edição totalmente virtual, iniciou com debates sobre as relações das pessoas com o tempo durante a pandemia e as modificações que o momento de crise sanitária mundial causou no chamado “mundo de garantias” e da relação do ser humano com a tecnologia.

Um dos coordenadores do evento, Jéferson de Azeredo, explica que o evento quer aproximar as pessoas do pensamento filosófico, especialmente neste momento vivido. O professor explica que o fato de o Simpósio ser online possibilitou que mais pessoas participassem – o evento passou os 500 inscritos. “O desafio é ocupar este espaço remoto também com boas discussões e que vão ajudar a compreender o que é o sujeito, a vida e a formação em sociedade. Em tempos de pandemia, onde excepcionalmente estamos mais conectados nas redes sociais, a ideia é que as pessoas possam pensar essa fundamentação, que é filosofia, em nome de uma vida mais livre, mais autêntica e mais consciente”.

O evento, que segue até 9 de novembro é realizado de maneira que todos os participantes possam contribuir, seja por meio de reflexões propostas aos demais participantes, seja com questionamentos aos palestrantes. Iniciou com a palestra do professor doutor da Unesc, Alex Sander Da Silva. Ele, que possui graduação em Filosofia, mestrado e doutorado em Educação, falou sobre a relação do homem com o tempo e como a crise sanitária trouxe modificações, durante a palestra “A maldição de Cronos e a educação remota em tempos de pandemia do Covid-19”.

A programação do primeiro dia do Simpósio encerrou com reflexões sobre “A pandemia e a ruína do sonho do mundo de garantias: A experiência do existir como projeto em Jean-Paul Sartre”, feitas pelo professor com formação em Filosofia e Geografia, pós-graduando em Neurociência e Comportamento e mestrando em Educação, Altemir Schwarcz.

Segundo Schwarcz, desde os primórdios, o homem vive na tentativa de se lançar ao amanhã que ele pensa ser melhor e mais digno. “Que caminho queremos trilhar enquanto humanidade, que tipo de sociedade estamos gestando no hoje e onde ela vai nos levar? Quem está determinando os rumos e caminhos para onde estamos indo enquanto sociedade? São os indivíduos ou estamos comprando modelos de vida, projetos de sociedade nos quais estamos inseridos e engaiolados? Estas são algumas questões que precisamos nos fazer para buscarmos um caminho reflexivo e crítico perante a própria existência”.

O professor lembra da fragilidade humana, ressaltada com a pandemia de Covid-19. “A humanidade continua sendo um animal sensível propenso às condições naturais. Um vírus fez com que o homem, com todo esse potencial de conhecimento e tecnologia, tivesse que ficar confinado. E a pandemia mostrou também que o ser humano é por natureza, egoísta. Pessoas não conseguem compreender o coletivo e agir coordenadamente para superar os desafios de manter a sua existência e a de pessoas próximas”.

Schwarcz falou ainda sobre a relação do ser humano com a tecnologia, sobre os impactos das redes sociais no relacionamento entre pessoas, sobre polarização, dificuldade de diálogo e modelos pré-fabricados. “Eu não experimento o mundo enquanto sujeito, mas passo a consumir o mundo. Consumo produtos e serviços e a própria experiência do existir começa a ser comercializada. Temos hoje um modelo de existir que está pronto”.

Para conferir a programação: CLIQUE AQUI.

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Postado por REDAÇÃO JINEWS

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