• Seminário aborda prevenção e inclusão de pessoas com deficiência

Seminário aborda prevenção e inclusão de pessoas com deficiência

20 Jul, 2016 16:39:29 - Geral

Florianópolis (SC)


Com o objetivo de promover a atualização sobre as questões técnicas e pedagógicas que envolvem prevenção das deficiências e a inclusão dos educandos com espectro autista, 715 profissionais de diversas áreas participaram do Seminário Regional a Importância da Prevenção das Deficiências e de Conhecimentos sobre o Autismo nos dias atuais, na segunda-feira (18), em Rio do Sul. 

O evento foi realizado pela Comissão de Defesa dos Direitos da Pessoa com Deficiência, presidida pelo deputado José Nei Alberton Ascari (PSD), com o apoio da Escola do Legislativo Deputado Lício Mauro da Silveira, conselho das Apaes da Região do Alto Vale do Itajaí e Apae de Rio do Sul. Na abertura, 13 alunos do Grupo de Dança Contemporânea da Apae de Rio do Sul apresentaram uma dança alusiva às Olimpíadas, que acontecerão no Rio de Janeiro.

O presidente da Feapaes, Júlio César de Aguiar, ressaltou que as estatísticas mostram que, de cada quatro crianças que nascem com deficiência, três ocorrências poderiam ser evitadas.Também lembrou que as Apaes têm cumprido o seu papel no quesito prevenção através do Programa Prevenir, desenvolvido pelas 190 unidades que prestam atendimento a 18 mil crianças no estado.

Na abertura do evento, a Apae de Rio do Sul foi homenageada pelos 50 anos de atuação. O presidente da entidade, Dalmir da Silva, agradecido, convidou todos os funcionários para juntos receberem o certificado da Assembleia Legislativa do Estado de Santa Catarina.

A legislação evoluiu para garantir acesso aos direitos e garantias das pessoas com deficiência. "Para que a prevenção e a inclusão ocorra de fato, é preciso mais do que a aprovação de  leis. Deve-se rever as políticas públicas atuais no campo da prevenção e inclusão das pessoas com deficiência com o objetivo de garantir as pessoas com deficiência a verdadeira inclusão", disse Janice Krasniak, assessora da Comissão de Defesa dos Direitos da Pessoa com Deficiência da Alesc.

Prevenção das deficiências
No encontro, a geneticista Louise Lapagesse de Camargo falou sobre a importância da prevenção das deficiências. Ressaltou que a prevenção é uma ação educativa, de estratégia simples, de baixo custo, podendo ser aplicada à realidade, por meio de informação e orientação ou campanhas, conscientizando a coletividade sobre os cuidados prioritários à saúde, diminuindo e evitando deficiências decorrentes, na grande maioria, da falta de informação.

De acordo com dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), existem hoje no mundo mais de 500 milhões de pessoas com algum tipo de deficiência. Esses mesmos dados sugerem, no entanto, que mais de 70% delas poderiam ser evitadas antes, durante e depois da gravidez. É muito alto o custo do tratamento de uma deficiência comparado com a prevenção da mesma.

"Prevenir é uma necessidade urgente e pressupõe o conhecimento das causas da deficiência ou situações de risco capazes de gerar mais crianças deficientes", disse a geneticista, acrescentando que "ações preventivas abrangem cuidados antes e durante a gravidez, no momento do parto, depois do nascimento do bebê e ao longo do desenvolvimento da criança".  Ressaltou que são cuidados simples, "como evitar o casamento entre parentes, o uso de álcool, drogas e fumo pela gestante, fazer o pré-natal, levar o filho para fazer o teste do pezinho". 

A chance de uma criança desenvolver deficiência intelectual depende de diversos fatores relacionados à genética. Alguns cuidados devem ser tomados, para evitar ou minimizar as consequências da Deficiência Intelectual na vida da pessoa:

 • Procurar aconselhamento genético, antes de engravidar, quando houver casos de deficiência intelectual na família, casamentos entre parentes ou idade materna avançada (maior que 35 anos).

• Fazer um acompanhamento pré-natal adequado para investigar possíveis infecções ou problemas maternos que podem ser tratados antes que ocorram danos ao feto.

• Manter uma alimentação saudável durante a gestação e evitar uso de bebidas alcoólicas, tabaco e outras drogas.

• Realizar o teste do pezinho – que é obrigatório no Brasil – assim que o bebê nascer. Esse teste é a maneira mais efetiva de detectar a fenilcetonúria e o hipotireoidismo congênito, que se não forem devidamente tratados podem levar à deficiência intelectual.

• Seguir as recomendações de vacinas.

• Oferecer ao bebê alimentação adequada e ambiente familiar saudável e estimulador, além de cuidados para tentar evitar acidentes na infância. 

• Procurar um médico caso note algum problema no desenvolvimento e/ou crescimento da criança.

Autismo e escola: os desafios da educação inclusiva 
Práticas pedagógicas, autismo e inclusão foram os temas abordados pelo professor e terapeuta ocupacional Régis Nepomuceno Peixoto. As legislações brasileira e catarinense acompanharam a tendência mundial de proteção e inclusão das pessoas com demandas especiais, incluindo os autistas, através da lei que institui a Política Estadual de Proteção dos Direitos da Pessoa com Transtorno do Espectro Autista.

Segundo o terapeuta, assim como em outros transtornos do desenvolvimento, crianças com TEA possuem necessidades educacionais especiais devido às condições clínicas, comportamentais, cognitivas, de linguagem e de adaptação social que apresentam. Precisam, muitas vezes, de adaptações curriculares e de estratégias de manejo adequadas. "Quando as necessidades educacionais de crianças com TEA são atendidas, respeitando a condição espectral do transtorno, ações educacionais poderão garantir que alcancem o nível universitário - especialmente aquelas que não apresentam deficiência intelectual importante -, assim como qualidade de vida individual e familiar e inserção social no mercado de trabalho, sempre que as condições fenotípicas da doença possibilitem", explicou. 

Na opinião de Peixoto, os autistas não têm recebido a atenção necessária e devida e por isso, o seu desenvolvimento e inserção na sociedade se mostram tão longe do ideal e esperado e muitas vezes as equipes gestoras não estão preparadas para desenvolver um plano pedagógico com as crianças autistas. Por isso, mais do que a aprendizagem em si, é preciso se ater à qualidade de ensino oferecida. Ele defendeu um plano de ensino que respeite a capacidade de cada aluno e que proponha atividades diversificadas para todos e considere o conhecimento que cada aluno traz para a escola. Assim, o professor teria que conhecer o processo de aprendizagem dos alunos, entender como cada um aprende os conhecimentos apresentados no espaço escolar. 

"Os professores que têm o papel de educar essas crianças com deficiência, verificando uma ação docente mais adequada, possibilitando que as crianças autistas tenham direito a educação de qualidade. Assim os professores, são vistos como mediadores da transmissão do conhecimento necessitam de maiores informações a respeito destes alunos, que, apesar de apresentarem distúrbios severos, podem desenvolver muitas habilidades", conclui Peixoto.


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