• Provocações e reflexões sobre a mobilidade urbana de Criciúma

    Evento da Série “Pensar a cidade” foi realizado na noite desta quinta-feira, na sede da Associação Empresarial de Criciúma

Provocações e reflexões sobre a mobilidade urbana de Criciúma

25 Jun, 2018 13:33:51 - Geral

Criciúma (SC)

Provocações e reflexões sobre a mobilidade urbana de Criciúma foram a pauta na noite desta quinta-feira, 21, na Série “Pensar a cidade” promovida pelo Projeto Cultura Acic.  O tema “A cidade e o movimento” foi debatido entre os especialistas, o engenheiro Edio José Del Castanhel, diretor da Acic; o arquiteto e urbanista Giuliano Elias Colossi, representando a Prefeitura Municipal de Criciúma, a doutora em Planejamento de Transportes e Desenvolvimento Urbano, Natália Martins Gonçalves, e a psicanalista Maria Cristina Carpes, com mediação da psicanalista Débora Sônego Búrigo, juntamente com o público presente.

O engenheiro Edio José Del Castanhel destacou o crescimento acelerado de Criciúma nas últimas décadas, especialmente na área central. “Na década de 90, a cidade cresceu 100 mil metros quadrados por ano. Já em 2010, este número saltou para 400 mil metros quadrados/ano, com pico de 700 mil de novas construções, todas na área central, e o nosso sistema viário não avançou da mesma forma. Tivemos um crescimento concentrado num curto período, duas décadas, e os investimentos no sistema viário foram anterior a esta época”, coloca. Conforme o especialista, é preciso planejar. “Temos que pensar o que queremos e realizar planejamento, uma vez que projetos de infraestrutura são realizados a longo prazo”, destaca. 

O arquiteto e urbanista Giuliano Elias Colossi fez uma análise das origens da cidade e os seus atuais problemas. “Hoje o nosso sistema viário é confuso porque Criciúma cresceu em cima de estradas tortuosas que levavam às minas. Nos anos 50, houve uma tentativa de se realizar um plano diretor rodoviário para começar a ajustar essa situação. Se ele tivesse sido aprovado, talvez muitos dos problemas que hoje temos de trânsito não teríamos.  Já em 2012, o plano diretor chegou sendo mais participativo, quebrando vários paradigmas”, observa.

Já a doutora em Planejamento de Transportes e Desenvolvimento Urbano, Natália Martins Gonçalves, destacou a necessidade de se pensar novas formas de convivência e mobilidade nas cidades. “Precisamos sair dessa base de pensar a cidade apenas como um campo aberto de construção. Será que a cidade é construída com máquinas e abrindo e fechando buracos? Por isso, a importância deste encontro onde chamamos várias opiniões para o debate. Vivemos um momento de ruptura da construção social e do modelo de desenvolvimento. A sociedade se construiu a partir de princípios simples, mas chegou num limite. Hoje, buscamos integralidade, e essa cidade precisa atender esse cidadão”, explana.

Para encerrar, a especialista Maria Cristina Carpes fez uma provocação do ponto de vista da psicanálise. “Por que não crescemos? Os índices de crescimento econômico e as pesquisas mostram que o nosso crescimento como cidade não é o que poderia ser e, mais do que isso, não é o que gostaríamos que fosse. Como cidade, não somos como gostaríamos de ser. Não estamos onde pensávamos estar, há um buraco, se faz um rombo, se estala uma tensão nessa cidade, somos todos forasteiros a essa terra. Abre-se uma divisão na cidade, de um lado, o eu que pensa, que analisa, conta, projeta e diz os caminhos para a cidade seguir, somos todos cheios de compreensão, de entendimentos, teorias e daí? Criciúma como nossa cidade não está onde pensamos, imaginamos e desejamos que estivesse”, reflete.

O próximo tema da Série “Pensar a cidade” acontecerá no dia 9 de agosto com o tema “A infância na cidade”.

TEXTO/ASSESSORIA DE IMPRENSA
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REDAÇÃO JINEWS
Postado por REDAÇÃO JINEWS

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