• Projeto vai definir equipamentos de proteção a médicos e enfermeiros

Projeto vai definir equipamentos de proteção a médicos e enfermeiros

13 Mai, 2020 20:26:54 - Santa Catarina

Florianópolis (SC)

A Comissão de Saúde da Assembleia Legislativa vai apresentar um Projeto de Lei para criar diretrizes sobre equipamentos de proteção individual (EPIs) para enfermeiros e médicos que estão trabalhando no combate ao COVID-19. A decisão foi tomada após sugestão feita pela presidente do Conselho Estadual de Enfermagem (Corem), Elga Regina Bresciani, durante sessão virtual do colegiado na manhã desta quarta-feira (13).

“Temos atuado na defesa da comunidade e na proteção dos nossos profissionais de enfermagem, que trabalham 24 horas, sete dias por semana. Mas não há como manter a distância sugerida de 1,5 m dos pacientes”, comentou a presidente. De acordo com ela, os EPIs precisam ser disponibilizados em quantidade e qualidade suficientes para assegurar que os profissionais possam atuar com segurança própria, para evitar uma contaminação pessoal e das suas famílias, além de permanecerem atendendo aos pacientes.

“Temos encontrado muita má qualidade. Já recebemos mais de 180 denúncias sobre a falta de qualidade dos EPIs. E não tem como dizer que a máscara de pano vai resolver para um profissional da saúde, tanto que a Organização Mundial da Saúde e o Ministério da Saúde dizem que precisam ser máscaras cirúrgicas. Por isso é necessário uma diretriz, talvez um projeto de lei, estabelecendo quais os equipamentos que os profissionais devem ter”, argumentou. O presidente do colegiado, deputado Neodi Saretta (PT), respondeu que a proposta vai ser protocolada. “E será assinada por todos os integrantes desta comissão.”

A deputada Ada de Luca (MDB) questionou se o Corem tinha dados sobre o número de profissionais de enfermagem contaminados pelo vírus. “No Brasil são mais de 10 mil profissionais afastados por suspeita ou por ter a doença e são 108 mortes. Em Santa Catarina são 845 casos suspeitos, 98 confirmados e tivemos a morte de uma técnica de enfermagem, em Blumenau. Ela tinha 34 anos de idade e era mãe de três filhos”, respondeu Elga.

Ada questionou também se os testes rápidos para detectar a presença ou não do Covid-19 prometidos pelo governo do Estado estão sendo feitos para médicos e enfermeiros. A representante do Corem citou que sim, mas que a quantidade, na sua avaliação, é inadequada. “A gente defende que toda a equipe seja testada, independentemente de ter sintomas ou não, algo que não ocorre agora", disse Elga. O deputado Doutor Vicente Caropreso (PSDB) defendeu a testagem em massa dos profissionais. “É algo que precisa ser feito repetidamente, pois há a reinfecção”, comentou. Elga alertou ainda que a proteção das equipes é imprescindível para evitar uma falta de pessoal quando o coronavírus tiver seu ápice em Santa Catarina.

Insalubridade

Saretta informou que, ainda na tarde desta quarta-feira, o Projeto de Lei 181/2020 deve ser lido no Plenário da Alesc. A matéria atende demanda apresentada à comissão pelo Corem há dois dias. O texto prevê o pagamento de uma gratificação adicional de insalubridade aos servidores estaduais da saúde com um total de 40% em relação aos vencimentos desses profissionais. “Essa questão da insalubridade é vital para quem está na linha de frente. Vejo com preocupação a exposição de médicos e enfermeiros”, comentou Caropreso. Para a presidente do conselho, há ainda o problema dos baixos salários, que fazem com que muitos dos profissionais trabalhem em mais de um hospital, dobrando o risco de uma contaminação.

Preocupação

Outro participante da reunião foi o presidente do Conselho Regional de Medicina, Marcelo Neves Linhares, que destacou outra situação que exige atenção. “Temos nos preocupado muito com a saúde dos profissionais, médicos e enfermeiros, que continuam obrigados a cumprir horário mesmo sem cirurgias eletivas e ambulatórios funcionando nos hospitais. Isso aumenta a chance de contaminação. Também temos muitos médicos que foram transferidos, sem o treinamento adequado, de suas funções para o atendimento ao Covid, cujo manejo não é tão simples”, citou. Por outro lado, ele ressaltou como positivo o fato de o número de profissionais, até o momento, ser suficiente em Santa Catarina.

Linhares foi perguntado também sobre o uso da cloroquina no tratamento do Covid-19. “O CRM não preconiza que o uso seja indiscriminado, mas somente com receita médica”, afirmou. Para Caropreso, existe um problema de ideologização do uso do medicamento. “É um absurdo querer empurrar isso para endeusar o presidente da República. Na Suécia está proscrito o uso da substância, pois muitos tiveram morte súbita. Quem deve definir a medicação não é um político, mas alguém da medicina.”

Sobre a instalação de um hospital de campanha, os dois dirigentes foram unânimes e se mostraram contrários. “No momento não é necessário. O ideal é que os hospitais existentes sejam vocacionados para o atendimento ao Covid. Há muitos ociosos na capital e no interior”, citou Linhares. Para a presidente do Corem, só será preciso caso a ocupação da rede hospitalar por pacientes do coronavírus chegue à taxa de 60%.

Projeto aprovado

O Projeto de Lei 30/2020, de autoria do presidente da Comissão de Saúde, foi aprovado durante a reunião com parecer favorável do relator, deputado Ismael dos Santos (PSD). A proposição institui a Semana Estadual de Divulgação e Conscientização das Doenças Inflamatórias Intestinais – Doença de Crohn e Retocolite Ulcerativa. Como tramitava em caráter terminativo, o texto está pronto para ser debatido no Plenário.

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Postado por REDAÇÃO JINEWS

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