• Projeto premiado na Junic será apresentado na Europa

Projeto premiado na Junic será apresentado na Europa

19 Mai, 2017 09:47:41 - Educação

Aracaju (SE)

O aluno do curso de Engenharia Química, Arthur Sander, e a professora Elisa Helena Siegel Moecke foram premiados na Jornada Unisul de Iniciação Científica 2016 (Junic).  Eles desenvolveram a pesquisa sobre a transformação de palha de cana de açúcar em bioetanol com recursos do Programa Institucional de Bolsas de Iniciação Científica (PIBIC). E como prêmio eles irão participar do XXI Simpósio Nacional de Bioprocessos, que ocorre de 3 e 6 de setembro, em Aracaju, e de evento na Itália.

O aluno da quinta fase de Engenharia Química sempre gostou da área da pesquisa e optou pela Engenharia porque achou que o transformaria em um pesquisador. “E logo na segunda fase do curso eu tive uma oportunidade de com a professora Elisa, entrar em um projeto de pesquisa pelo CNPq e pelo PIBIC”, lembra Sander. No semestre seguinte, ele ingressou como estagiário em um dos laboratórios da Universidade. “Consegui conjugar o meu trabalho de pesquisa com o estágio. Os dois me ajudaram a desenvolver um conhecimento muito importante para apresentar o Junic de uma forma boa”, contextualiza.

A pesquisa do aluno foi sobre a deslignificação da palha da cana-de-açúcar visando a produção de bioetanol. Um etanol de segunda geração, usando a tecnologia do plasma frio de descarga corona. “Na verdade, eu pego essa palha da cana-de-açúcar, que é um resíduo da indústria do etanol. O bagaço e a palha são resíduos agroindustriais e eu preciso nesse processo de deslignificação. Eu preciso tirar a lignina da celulose, porque a planta constitui basicamente de lignina e celulose. A lignina age como um cimento e a celulose seriam os tijolos em uma construção, por exemplo. Então eu preciso tirar essa parte da lignina para deixar a celulose exposta e a celulose como é um polímero de açúcar, com cadeias de glicose, pode ser sacarificada depois. Em seguida, fermentada para produção do etanol em si. Então o plasma seria um pré-tratamento dessa matéria para depois fazer a produção do Etanol”, explica.

O aluno disse que a pesquisa ainda está em andamento, mas que obteve uma conclusão para apresentar no Junic. “Através de microfotografias no laboratório de alimentos da UFSC, a gente pôde ver com um corante, aplicado nas amostras, foi possível observar que esse corante some com o passar do tempo no plasma, com o tratamento”, explica. Se o corante some é um indicador que talvez a lignina esteja sendo tirada da matéria também, porque esse corante se liga especificamente com a molécula de lignina formando uma cor rosa. “Então se não tenho mais a presença da cor rosa, isso é um indicador que talvez a lignina não esteja mais presente naquela matéria”, conclui.

O estudante diz que é uma tecnologia inovadora, pois não trabalha com bases fortes, reagentes químicos fortes e compressões fortes, além de ser uma energia limpa, que se faz no laboratório mesmo. “Eu acho que desde agora eu já sou um aluno diferenciado, não por ter ganhado o prêmio, mas por ter tido a oportunidade de trabalhar desde cedo no laboratório. Eu tenho certeza que toda essa pesquisa vai gerar bons artigos para serem publicados. E os artigos são muito importantes para depois eu fazer Mestrado e Doutorado, seguir na área de pesquisa, é o que eu quero fazer”, projeta.

A professora do Programa de Pós-Graduação em Ciências Ambientais (PPGCA) Elisa Helena Siegel Moecke, também é docente da Engenharia Ambiental e Sanitária. Ela foi orientadora do trabalho que Arthur Sander apresentou no Junic. Ela diz que a ideia da pesquisa surgiu quando a indústria ligou perguntando se o plasma poderia ser utilizado para produção de bioetanol, pois eles já tinham escutado algo sobre o assunto. “O grande problema da indústria de usar o resíduo lignocelulolíticos como a gente chama a palha. O grande problema é a lignina desse pré-tratamento. Eles fazem para retirar essa lignina é com bases fortes, muito parecido com o que é feito na indústria de papel e celulose. Então, se a gente conseguir fazer isso utilizando o plasma frio, a partir de poucos minutos, vai ser um ganho muito grande para indústria. Então aí que surgiu essa pesquisa”, explica.

A professora contou que foram duas pesquisas, uma para o PIBIC com a palha e outra para o artigo 171 com o bagaço. Ela acredita que essas pesquisas podem ter uma aplicação na indústria, que elas venham trazer algum benefício para comunidade. Portanto, cumpre o papel comunitário da Unisul. “Com esse prêmio vamos poder ir no Congresso em Alagoas, isso é ótimo. Um congresso que é promovido pela Associação de Engenharia Química. Então é excelente para o Arthur que vai ter contato com outros alunos de Engenharia Química. Nós temos ainda alguma dificuldade na parte de caracterização daquilo que está saindo e do que a gente está produzindo. A gente terá contato com outros pesquisadores dessa área, de fazer trocas, de repente alguém tem um equipamento que a gente pode mandar uma amostra lá para que seja analisado. Então é muito importante esses contatos que a gente pode fazer durante esses eventos”, diz.

A orientadora diz que Arthur tem um diferencial, pois tem curiosidade e para pesquisa isso é muito importante, e que o aluno foi aprovado, sem nenhuma correção, em dois congressos. “Um é internacional, em Sardenha, Itália. E o foco desse que ele vai de Aracajú, da Sinaferm, ele vai apresentar mais a parte do processo em si, do pré-tratamento, como que foi o processo do plasma. Lá na Sardenha nós vamos explorar mais os resíduos, porque é um congresso de gestão de resíduos e dos aterros sanitários.  Então lá a gente vai explorar mais esse aproveitamento desse resíduo para produção de biocombustíveis”, conta.

A professora diz que já tem um candidato para fazer o Mestrado em Ciências Ambientais e ele vai trabalhar nessa área usando outra biomassa, que será a soja. “E de repente fazer alguns estudos com o plasma, pode estar agindo e qual também é a quantidade de biomassa que se tem, porque isso também é importante. É extremamente importante a pesquisa, esse programa PIBIC, PIBIT para os trabalhos futuros dos alunos de mestrado do programa ciências ambientais”, projeta.

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