População de SC deve ficar atenta aos riscos à saúde provocados pelas enchentes
Florianópolis (SC)
Devido aos altos volumes de chuva registrados em Santa
Catarina, bem como a indicação da continuidade das chuvas para os próximos dias
pela Defesa Civil do Estado, a Diretoria de Vigilância Epidemiológica (Dive) da
Secretaria de Estado da Saúde de Santa Catarina (SES/SC) alerta a população e
os serviços de saúde para a possibilidade de aumento de alguns agravos, como
leptospirose e acidentes com animais peçonhentos. O Alerta Epidemiológico e
todas as demais informações foram reunidas na página www.dive.sc.gov.br/enchentes.
“Uma das principais ocorrências após as inundações é o
aparecimento de casos de leptospirose, transmitida aos seres humanos pelo
contato com água ou lama contaminadas pela urina de animais como ratos e
camundongos”, afirma João Fuck, técnico da Gerência de Zoonoses da Dive/SC.
Segundo ele, os casos de leptospirose costumam aumentar quando as águas ainda
estão baixando ou quando as pessoas retornam às suas residências e fazem a
limpeza das casas. Nesse momento, também podem ocorrer acidentes com animais
peçonhentos, como serpentes, aranhas e escorpiões, que procuram abrigo em
locais secos e costumam invadir as residências.
Outras doenças frequentes em decorrência de enchentes e
alagamentos são as de transmissão respiratórias, principalmente em função da
permanência temporária em alojamentos e abrigos, com uma grande quantidade de
pessoas convivendo em um mesmo espaço. Podemos citar como exemplos: influenza,
meningites, difteria, coqueluche, varicela, tuberculose ou outras. E, ainda, as
de transmissão hídrica e alimentar (DTHA), em virtude da contaminação da água
das redes públicas de abastecimento. “Como o consumo de água é uma necessidade
básica, muitas vezes a população acaba utilizando água contaminada, expondo-se
ao risco de diarreia, cólera, febre tifoide, meningites por enterovírus e
hepatites A e E”, informa Vanessa Vieira da Silva, responsável pela
Gerência de Vigilância de Doenças Imunopreveníveis, Imunização e DTHA da
Dive/SC.
“Profissionais de saúde, tanto os que atuam em Vigilância
Epidemiológica ou Sanitária quanto os que atuam na atenção básica, devem estar
atentos para um possível aumento no número de casos dos agravos relacionados a
estes eventos climáticos e manterem-se preparados para monitorar regiões
atingidas”, alerta o médico infectologista Fábio Gaudenzi, superintendente de
Vigilância em Saúde da SES/SC. O objetivo é determinar as características da
área, a população atingida, realizar a busca de casos e encaminhamento de
suspeitas para unidades de saúde.
Medidas de prevenção:
- Evite contato com água ou lama de enchentes e não deixe que
crianças brinquem no local.
- Use botas e luvas quando trabalhar em áreas com água
possivelmente contaminada, como é o caso de alagamentos.
- Pessoas que trabalham na limpeza de lama, entulho e esgoto
devem usar botas e luvas de borracha para evitar o contato da pele com água e
lama contaminadas. Se isso não for possível, usar sacos plásticos duplos
amarrados nas mãos e nos pés.
- Quando as águas baixam é necessário retirar a lama e
desinfetar as casas, sempre se protegendo com luvas e botas. O chão, paredes e
objetos devem ser lavados e desinfetados com água sanitária, na proporção de
dois copos (400 ml) do produto para um balde de 20 litros de água, deixando
agir por 10 minutos.
- Jogue fora alimentos e medicamentos que tiveram contato com
a água dos alagamentos.
- Lembre-se que serpentes, aranhas e escorpiões podem estar em
qualquer lugar da casa, principalmente em locais escuros. Nunca coloque as mãos
em buracos ou frestas. Use ferramentas como enxadas, cabos de vassoura e
pedaços compridos de madeira para mexer nos móveis. Bata os colchões antes de
usar e sacuda cuidadosamente roupas, sapatos, toalhas e lençóis.
- Em caso de encontrar animais peçonhentos dentro da
residência, afaste-se lentamente, sem assustá-los. E nunca pegue com as mãos
animais peçonhentos, mesmo que pareçam estar mortos!
- Como agir em caso de mordedura de animais peçonhentos:
- O acidentado deve procurar imediatamente um serviço de saúde,
para que seja devidamente atendido. O tratamento deve ser sempre administrado
por profissional habilitado e, de preferência, em ambiente hospitalar.
- NUNCA se deve chupar o local da picada. Não é possível
retirar o veneno do corpo, pois ele é rapidamente absorvido pela corrente
sanguínea.
- Não amarre o braço ou a perna picada porque isso dificulta a
circulação do sangue, podendo produzir necrose ou gangrena.
- Não corte o local da picada. Alguns venenos produzem hemorragia e o corte aumentará a perda de sangue.
TEXTO/ ASSESSORIA DE COMUNICAÇÃO