• Mochileiros indígenas compartilham cultura no Balneário Rincão

Mochileiros indígenas compartilham cultura no Balneário Rincão

22 Set, 2016 14:58:45 - Geral

Balneário Rincão (SC)

Mochilas nas costas, arco e flecha, violão, “Cachorro Brother” e coragem são tudo o que eles têm para seguir estrada afora. Descendentes da tribo indígena Manaós, os amazonenses Linês, Van Douglas e Aline Souza, percorrem céu, terra e mar explorando culturas, na tentativa também de resgatar e levar suas origens a serem compartilhadas no projeto de franquia Caravana Guaraná com Açaí da Amazônia.

O grupo foi encontrado no Balneário Rincão na Lagoa dos Freitas, seguindo viagem para o Uruguai. Durante estadia na cidade, o grupo está preparando uma programação especial na sexta-feira, 23, durante o dia todo para as crianças do Projeto Mais Educação, no Centro Multiuso da Lagoa dos Freitas. “Vamos desenvolver uma série de atividades da cultura indígena para as crianças conhecerem e aprenderem como utilizar arco e flecha. Conhecerem os desenhos, música e A Dança do Fogo”, explica a mochileira Aline Souza.

Os Manáos foram uma tribo indígena que habitava a região entre a atual cidade de Manaus, capital do Estado do Amazonas e Manacapuru, Brasil, quando da chegada dos colonizadores portugueses. Viviam na fronteira do Brasil com a Colômbia e Venezuela, às margens do rio Içana e seus afluentes. Alimentavam-se da caça e pesca. “Usamos todos os elementos da natureza a nosso favor. Perto dela, nossos sentidos ficam mais aguçados e muito melhor. Muita coisa aconteceu depois que mudamos de vida. Tudo o que é criado para evoluir a população, é justamente para que ela pare de evoluir”, analisa Van Douglas.

Liberdade e paz interior

Na imensidão das estradas, rodovias e matas fechadas, o trio se joga no mundo, mas é nessa liberdade que eles se encontram interiormente. “Para “mochilar” tem que dispensar o medo. “Se tu entrares na mata com medo, tu morres. Mas se entrares sem medo, tu consegues te virar”, fala Van Douglas. Quem já ouviu falar do curupira? A lenda das matas, protetor dos animais, que faz parte do folclore nacional. Para o trio amazonense, o curupira existe e é um ser místico. Para os índios e caçadores de animais selvagens, o curupira era um terror.

Nascidos em berço evangélico, os irmãos Van Douglas e Linês Souza, decidiram mudar a forma como enxergavam a espiritualidade. Pertencentes às etnias turca, índia e judia, ambos afirmam que a religião é o amor. Para Van Douglas, se não existe amor, não existe paz. “Nunca nos contentamos com a verdade que nos era imposta. As pessoas esperam muito de seus líderes religiosos, sem parar para perceber que elas mesmas são seres divinos”, diz Van Douglas.

Aventuras e experiências

Há quase três anos longe de casa, e há dois em terras catarinenses, mais precisamente, em Blumenau, Linês Souza está na sua segunda viagem. A primeira foi no ano passado, onde ele passou por Panamá, Venezuela, Paraguai, Argentina e Uruguai. Nesta segunda trip, o casal Van Douglas e Aline Souza o acompanha. Os três desejam seguir viagem para Uruguai, Argentina, Chile, Ilha de Páscoa, Bolívia e Peru. A intenção é voltar a Manaus e incrementar o projeto Caravana com Guaraná e Açaí e no próximo ano levar para a cidade de Montreal, no Canadá.

Os irmãos Linês e Van Douglas deixaram a vida confortável da capital para se aventurarem em um sonho. “Este projeto nasceu há cinco anos. Eu tinha um sonho de percorrer com ele pelo mundo. Então, comecei a pesquisar e entrar em contato com mochileiros”, conta.

O Guaraná com Açaí é uma entre tantas bebidas que eles sabem preparar. São mais de 30 sabores de vitaminas energéticas, além de Milk Shakes. A vitamina é um energético estimulante e suplemento dietético. Age na redução das doenças metabólicas, principalmente o colesterol.

Nas andanças, muitas experiências boas e ruins. E uma destas boas experiências foi encontrar um cachorro em uma praia de Santa Catarina. O animal foi adotado pelo grupo e batizado com o nome de “Cachorro Brother”, ou simplesmente, CB e de quebra virou mochileiro também.

No meio do caminho trabalham como prestadores de serviços para conseguirem se manter durante a viagem. “Meu irmão é tatuador e eu sou projetista e trabalho com websites. Fazemos de tudo um pouco. Somos muito criativos”, diz.


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