Menina de 8 anos tem livro desenvolvido com ajuda do técnico da Satc
Criciúma (SC)
Na tarde desta quinta-feira, dia 27, no auditório 2 da Satc, uma menina de 8 anos, ansiosa, que quase não piscava, aguardava ver seu livro, quem sabe apenas o primeiro, impresso.
Júlia Gava Hoepers Costa estava lá com a família, coleguinhas de sala, coordenadores dos cursos técnicos da Satc, professores da instituição e da turma da segunda fase de Comunicação Visual, que fez acontecer aquele evento tão importante na vida dela.
Júlia até não é a primeira escritora com livro impresso da família. Sofia, a irmãzinha mais velha, já tem um, mas esta história, hoje, é de Júlia.
“Eu vi que a Sofia tinha feito um livro e queria ter um também. Daí o pai me deu folhas e começamos a fazer e depois eu peguei o caderno e comecei a escrever e desenhar”, contou Júlia diante da mãe, Paula Gava Hoepers Costa, orgulhosa, que via a filha autografar o livro “Por que lavar atrás das orelhas” para os coleguinhas.
Também orgulhosa estava a professora de Júlia, Janaína Machado dos Santos. Ela trouxe a turminha do segundo ano do fundamental do Sesi Escola para assistir a apresentação do livro. “A Júlia é uma menina maravilhosa e a família é muito empenhada, dando um exemplo a todos”, disse.
Processo que começou em casa
O pai de Júlia, Rodrigo Cardoso Costa, professor dos cursos de Engenharia Mecânica e Manutenção Industrial da Satc, foi o principal incentivador do livro.
“Eu tenho uma dinâmica com as minhas meninas de escrever nos tempos livres. E a gente fez um livro pra Sofia e agora um da Júlia. Escolher o material, o tema a ser abordado, ver a coerência da história com os desenhos, tudo isso foi feito nestes momentos em casa. É um momento nosso, mas que podia ser compartilhado”, conta.
O trabalho em casa demorou alguns meses e quando pronto, numa conversa informal com a professora Rafaela Dalazen Veronez Monteguti, surgiu o trabalho para os técnicos em Comunicação Visual. “A Júlia tinha um livro artesanal, porque não usá-lo como produto para as atividades de aprendizado dos nosso alunos? A Rafaela abraçou a causa e levou o trabalho para a sala de aula”, explica o pai.
“É uma satisfação enorme participar desse momento com ela, ver o rostinho feliz da Júlia, compartilhando com os coleguinhas a atividade que ela desenvolveu. Isso vai dar segurança a ela no futuro, porque ela vai sentir que para o querer se tornar realidade, basta se esforçar”, frisa Rodrigo.
Esforço em sala de aula
Professora de Software Aplicado, Rafaela dividiu a turma da segunda fase como se fosse uma agência. Cada um tinha tarefas a desempenhar: do atendimento à arte final; da tipografia à apresentação do evento de lançamento.
“A concretização do trabalho gera satisfação e aprendizado. Ensinar software fica vago se não há algo a ser transformado e apresentado. Aqui eles aprenderam o software com objetivo, e isso leva a mais aprendizado”, garante a professora.
Os alunos Juliano da Silva de Souza, Beatriz Martignago e Gabriella Bongiolo se emocionaram com as palavras da professora durante a apresentação do livro. “Foi muito bom ter que mostrar responsabilidade e dar conta da pressão e dos prazos”, conta Gabriela. Beatriz reforça: “Colocamos em prática o que era ensinado nas aulas”. E Juliano conclui: “Ajudou a entendermos como será o mercado de trabalho”.