• Manobra impede votação de projeto que limita plantio de árvores

    Proposta já tramita há 16 meses nos Legislativo

Manobra impede votação de projeto que limita plantio de árvores

27 Jul, 2016 14:26:26 - Política

Florianópolis (SC)

Uma manobra regimental de última hora impediu que o Projeto de Lei 71/2015, de autoria do deputado Dirceu Dresch (PT), que fixa limites para o plantio de árvores exóticas, como pínus e eucalipto, próximo à rede de distribuição de energia, fosse votado pelo Plenário da Assembleia Legislativa na terça-feira (26).  Emendas apresentadas pelos deputados Milton Hobus (PSD) e Marcos Vieira (PSDB) no momento que o projeto era debatido paralisou a votação.

A manobra regimental faz com que o projeto retorne à Comissão de Constituição e Justiça para que as emendas sejam debatidas.   

"Lamentamos esse tipo de ação sobre um projeto que está tramitando há um ano e quatro meses no Legislativo. Um projeto que já foi debatido à exaustão e aprovado em todas as comissões. Por que apresentar emendas somente agora? O adiamento frustra e agrava a situação de milhares de agricultores e moradores de cidades do interior que ficam sem energia elétrica a cada chuva ou vento mais forte", criticou Dresch. 

O deputado petista lembra que o projeto já recebeu apoio formal e o pedido de urgência na sua aprovação por parte de várias entidades e empresas públicas, como a Celesc, cooperativas de eletrificação rural, associações de vereadores e câmaras legislativas, entidades empresariais e representativas dos agricultores familiares.

Emendas inviabilizam aplicação da lei: O PL 71/2015 determina que o plantio de  árvores exóticas (pínus e eucaliptos) respeite uma distância mínima de 20 metros de cada lado em relação às linhas de distribuição.

A emenda apresentada pelos parlamentares define o espaço de apenas 7,5 metros de cada lado para rede monofásica e 10 metros de cada lado no caso de rede trifásica.

Além disso, estabelece um prazo de oito anos para a lei entrar em vigor e exige que a empresa concessionária notifique o proprietário antes de fazer a supressão das árvores que estão irregulares.

"A redução da área torna a lei inócua, sem efeito prático, já que as árvores de eucalipto podem alcançar mais de 20 metros altura. Além disso, tornam a proposta inviável de ser aplicada, burocratizando a lei proposta. Vamos mostrar isso na CCJ.  O Legislativo não pode dizer para o agricultor que está tendo prejuízos enormes com a falta de luz, que faz ele perder a produção do fumo que está secando na estufa, ou o leite que fica sem refrigeração, que ele deverá esperar mais oito anos para ter segurança energética.  A notificação dos proprietários também é inviável, já que a ampla maioria das áreas com reflorestamento não tem gente morando, o proprietário é o empresário que está na cidade", afirmou Dresch.

ASSESSORIA DE IMPRENSA 

REDAÇÃO JINEWS
Postado por REDAÇÃO JINEWS

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