• Filme Okja discute o consumo de animais na alimentação humana

Filme Okja discute o consumo de animais na alimentação humana

07 Jul, 2017 15:54:31 - Variedades

Nos últimos anos as pautas sociais ganharam muita força, seja com a discussão sobre a igualdade de gênero, os movimentos LGBT, o movimento negro e também os direitos dos animais por um mundo mais autossustentável. Com essa crescente dos movimentos, as empresas viram uma forma não só de mudar sua conduta, mas também de conseguir mais consumidores para seus produtos.

Okja, um filme original Netflix, vem discutir em uma ótima hora não só a hipocrisia humana em relação à alimentação humana, mas também falar sobre as empresas que se vendem como defensora de algum movimento.

A história do filme gira em torno de Mija, uma menina que desde criança tem a superporca – Okja – como seu animal de estimação. O que ela não sabe é que seu pet faz parte de um projeto de uma grande empresa para criar uma super população desses novos animais para driblar a escassez de carne da população. Eles premiarão quem cuidar melhor do bicho. A premissa não só é boa, como é muito bem executada.

A escolha por cores gritantes, personagens caricaturais e o humor parecido com os de anime japoneses, ajuda a falar sobre um tema sério (matança e maus tratos aos animais para o prazer do homem) para o público jovem. Okja não tem uma trama com personagens complexos e várias reviravoltas. Ele é contido e superficial de forma que as crianças irão se divertir e entender as mensagens, e os adultos notarão sua complexidade escondida.

Okja toca num assunto que causa repulsa em várias pessoas: a hipocrisia humana. E aí vem outro grande acerto do longa: ao transformar a superporca Okja em um animal gigante, mas com movimentações e personalidade de cachorro, ele nos mostra como nós falhamos como seres humanos e escancara nosso disfarce de pessoas com compaixão. Gostamos de defender o "melhor amigo do homem" quando saem notícias de cachorros sendo mortos para consumo na China, mas enquanto assinamos petições e mais petições para isso acabar, à noite jantamos um animal.

Além disso, Okja alia sua crítica com uma denúncia às empresas capitalistas que fingem ajudar uma causa para conseguir mais adeptos e dinheiro. Isso fica escancarado ao retratar a empresa que realiza o projeto da superporca criando propagandas favoráveis ao meio ambiente e aos animais, ao mesmo tempo que por baixo dos panos faz exatamente o oposto do que prega.

Isso tudo é muito bem representado pela fotografia destoante entre cenas: os planos em que a presidente da empresa aparece fazendo propaganda são extremamente claros, brilhantes e com cores quentes, enquanto todas as cenas dos bastidores são escuras e cinzas.

Por fim, há uma cena em Okja que ficará na mente de todos que assistirem ao filme. Por alguns segundos a câmera do filme vira uma subjetiva da superporca, o que nos faz enxergar com seus olhos e as únicas coisas que conseguimos ver são grades e um cemitério. Exatamente o que milhares de animais veem todos os dias.

TEXTO/ENGEPLUS
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REDAÇÃO JINEWS
Postado por REDAÇÃO JINEWS

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