EUA retirarão pessoal não-essencial de embaixada em Cuba
Washington (EUA)
O governo dos Estados Unidos ordenou a retirada de todo pessoal não-essencial da sua embaixada em Cuba, após o "ataque acústico" sofrido por pelo menos 21 americanos lotados na ilha e cujo responsável se desconhece, segundo anteciparam nesta sexta-feira as emissoras de TV americanas CNN e CBS. A informação é da EFE.
A ordem, que será anunciada hoje (29) pelo Departamento de Estado, contempla também a suspensão da emissão de vistos na embaixada dos EUA em Cuba de maneira indefinida, de acordo com funcionários americanos citados sob anonimato pelas emissoras. Além disso, o governo americano pretende alertar seus cidadãos do perigo de serem vítimas de "ataques" se viajarem a Cuba.
Ontem (28), o governo americano já tinha confirmado que o secretário de Estado, Rex Tillerson, estava "revisando todas as suas opções", inclusive a retirada de parte do pessoal diplomático em Cuba, após o "ataque acústico". Dois dias antes, na terça-feira, Tillerson havia se reunido na capital americana com o chanceler cubano, Bruno Rodríguez, para tratar deste misterioso assunto.
Rodríguez, por sua parte, indicou que "seria lamentável que se politizasse um assunto desta natureza e que se tomassem decisões apressadas e sem sustento em evidências e resultados investigativos conclusivos".Após o encontro, o Departamento de Estado disse em um comunicado que a conversa entre ambos foi "firme e franca", e que "refletiu a profunda preocupação dos Estados Unidos com a segurança de seu pessoal diplomático". Na nota, Tillerson "expressou a gravidade da situação e insistiu com as autoridades cubanas sobre sua obrigação de proteger o pessoal da embaixada e suas famílias".
Sem respostas
Os EUA asseguram que pelo menos 21 americanos lotados em Havana sofreram "incidentes de saúde", ainda que também tenham ressaltado que não têm "respostas definitivas sobre a fonte ou causa" dos mesmos. Segundo meios de comunicação americanos, que citam relatórios médicos dos afetados, alguns destes diplomatas sofreram lesões cerebrais traumáticas leves e perda de audição por causa dos ataques acústicos.
As novas tensões EUA-Cuba tem lugar em um período de esfriamento das relações bilaterais, por conta da nova política fixada pelo presidente Donald Trump. Ele impôs certas restrições à abertura para a ilha promovida por seu antecessor, Barack Obama, respaldou o embargo contra a Ilha e se negou a negociar com o governo de Raúl Castro se não houver avanços democráticos em Cuba.
TEXTO/ AGÊNCIA BRASIL