• Estratégias facilitadoras para o ensino da leitura

    Por Claudia Milanez Sachet.

Estratégias facilitadoras para o ensino da leitura

31 Out, 2017 13:55:37 - Artigo

Saber ler em uma sociedade impregnada de escrita é imprescindível, sendo que é necessário ler tudo o que está ao redor, desde as tarefas pequenas do cotidiano, até as atividades que exigem o exercício de cidadania plena. Emília Ferreiro considera, pois, que “a alfabetização não é um luxo nem uma obrigação; é um direito”.

Assim, apesar de os professores de 1º ao 3º ano do Ensino Fundamental serem considerados os responsáveis pela alfabetização, os docentes de Educação Infantil e/ou familiares podem facilitar o processo, tomando o papel de promotores dessa aprendizagem, sem que haja ensino explícito.

Segundo Fernanda Viana, professora de Portugal, as competências facilitadoras no aprendizado da leitura e da escrita são: 1) Desenvolvimento da linguagem oral;
2) Conhecimentos sobre a leitura;
3) Motivação para ler.

No que concerne ao desenvolvimento da linguagem oral, concebe-se a importância do conhecimento lexical, pois, para compreender um texto, é imprescindível conhecer um leque de palavras. Nesse viés, ouvir histórias é o primeiro passo, pois muito além de atingir o campo emocional da criança, atinge também o cognitivo, posto que ao ler ou ouvir histórias, há grande possibilidade de a criança ampliar sua criatividade, vocabulário e o conhecimento denominado morfossintático, que é a capacidade de a criança organizar de diferentes formas as palavras conhecidas em frases e textos. Essa competência é muito relevante para o momento da alfabetização, pois se a criança apresenta um conhecimento lexical e morfossintático maior, consegue ler e interpretar com mais facilidade, dado que o nosso cérebro capta aquilo que é significado na memória de trabalho, e o que é não significado, logo se perde.

Outra competência facilitadora apresentada por Viana são os conhecimentos adquiridos sobre leitura e escrita. Esses conhecimentos aparecem quando se está em contato com pessoas que leem, uma vez que além de poder observar a direção da escrita, pode-se perceber que as letras representam os sons da fala e ainda, analisar a função social da escrita.

Há também a importância da motivação, pois considerando-se que a leitura é uma atividade complexa que exige o funcionamento de todo o sistema cognitivo, é imprescindível que o sujeito se sinta motivado para aprender a ler. Segundo José Morais “antes de aprender realmente a ler, a criança precisa fazer uma ideia do que é a leitura [...] Não se pode ter desejo de ler sem saber o que é isso [...]. A leitura em voz alta feita pelos pais cria na criança o desejo de ler por si mesma [...]”.

À vista disso, conclui-se que a preparação das crianças para a língua deve acontecer desde cedo. A manipulação com materiais impressos e com pessoas que leem faz com que a criança organize e analise melhor os significados do que e para que serve a leitura. Fernanda Viana enfatiza que assim como na linguagem oral a criança ouviu e compreendeu na linguagem escrita a criança também passa por um processo receptivo.

Claudia Milanez Sachet é professora do 2º ano do Ensino Fundamental no Colégio Marista Criciúma (SC, do Grupo Marista.

REDAÇÃO JINEWS
Postado por REDAÇÃO JINEWS

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