• Cuidados individuais e coletivos continuam sendo indispensáveis contra o covid-19

    Evitar aglomerações e manter os ambientes arejados são atitudes que todos devem tomar

Cuidados individuais e coletivos continuam sendo indispensáveis contra o covid-19

08 Mai, 2020 20:52:13 - Saúde

Criciúma (SC)

Desde 18 de março, quando o Governo do Estado lançou o decreto 515 com medidas restritivas para frear a proliferação da Covid-19 em Santa Catarina, a rotina de todos mudou. A dupla álcool em gel e máscara já faz parte do cotidiano especialmente das pessoas que não podem continuar em casa. Após mais de 50 dias do início do distanciamento social no Estado, já tivemos um retorno de muitas atividades e com isso, um aumento da circulação de pessoas. E é neste momento que as pessoas têm que ter ainda mais cuidado e não se deixar seduzir pela falsa ideia de que o perigo já passou.

O coordenador do Núcleo de Promoção e Atenção Clínica à Saúde do Trabalhador da Unesc (Nupac-ST), Willians Cassiano Longen, explica que na lógica epidemiológica sobre o comportamento de uma infecção que vai se instalando de forma progressiva mundo afora, o que temos no presente é reflexo do que fizemos há algumas semanas. “O que teremos daqui a alguns dias será subproduto do nosso comportamento coletivo, fortemente influenciado pela nossa capacidade de lançar mão de elevados níveis de educação em saúde, autocuidado e cuidado coletivo”, afirma.

A Agência de Comunicação da Unesc conversou com o coordenador do Nupac, que também é professor do PPGSCol (Programa de Pós-Graduação em Saúde Coletiva) da Universidade para saber sobre os cuidados necessários neste momento.

Agência de Comunicação da Unesc – Quais atitudes devem ser tomadas a partir desta maior circulação de pessoas?

Professor Willians Cassiano Longen – Ao considerarmos que o princípio número um para as autoridades sanitárias e epidemiológicas da maior parte do mundo, assim como, dos centros de pesquisa na área, é o distanciamento social, sempre que houver maior aproximação entre pessoas há maior risco. Como as populações em sua maioria demonstraram dificuldades de várias ordens, incluindo as socioeconômicas, trabalho e renda, os momentos de redução do distanciamento acabam acontecendo e destacando com maior importância as outras medidas para proteção e redução dos riscos.

As pessoas devem buscar manter distanciamento mínimo de 1,5m, evitar aglomerações, manter os ambientes bem arejados com ventilação natural e melhor ainda se puder ser cruzada – o popular "vento encanado".  O uso incondicional de máscaras e a lavação regular e adequada das mãos são imprescindíveis, assim como o uso do álcool em gel quando não se tem a possibilidade de lavar as mãos com água e sabão. É preciso ficar atendo às estratégias de autocuidado e de respeito às outras pessoas, não invadindo os espaços dos semelhantes com atitudes desprotegidas e inadequadas.

Agcom – Neste contexto, qual a importância da proteção individual e coletiva?

Professor Willians – A proteção coletiva envolve o pensar no bem comum de todos. Com um senso de que atitudes individuais e/ou de grupo podem influenciar no bem estar de populações, como familiares que moram na mesma casa ou em outros lares, comunidade que frequenta supermercado, farmácia ou outro serviço qualquer e pessoas locais de trabalho. Pensar e agir no coletivo representa uma cultura das mais nobres que passa desde não atirar um lixo no chão, abrir janelas e portas para todos que possam estar logo a seguir naquele ambiente, mesmo que quem o faz nem permaneça ali. É olhar para o lado e enxergar de fato que tudo que fazemos tem impacto no outro e vice-versa. Temos que ser mais habilidosos e agir com mais inteligência emocional para atuar coletivamente de maneira preventiva. Na prática, envolve arejar melhor os ambientes, adotar estratégias de distanciamento local entre pessoas onde elas estiverem e lançar mão de artifícios que ajudem a induzir mais pessoas a adotarem tal comportamento, evitar aglomerações e dar exemplo.

Individualmente, cuidar com o toque para que não seja invasivo e quando tocar em locais de risco, adotar a lavagem das mãos e/ou uso do álcool em gel (70%) e usar incondicionalmente máscaras, pois quando duas pessoas usam máscaras o risco de contágio reduz expressivamente. A pergunta que podemos nos fazer é: "Se existe um risco maior ou menor, mas sabendo que o risco é um fato, que ele existe, deveríamos arriscar e pagar para ver ou se proteger"? Parece que a resposta óbvia para esta pergunta é: na existência de risco, por menor que possa parecer, proteja-se. Isto é fundamental.

Agcom – Quais atitudes devem adotar as pessoas que estão em casa e as que estão trabalhando?

Professor Willians – As pessoas precisam ter atitudes responsáveis. Não é aceitável o pouco caso ou o desdém. Temos um desafio mundial e explicitamente complexo e desafiador, e por isso, precisamos respeitar este problema e enfrentá-lo de forma adequada e responsável. Ao chegar em casa, por exemplo, após ter passado por vários locais e tido aproximações diversas, há de se manter distanciamento, evitar levar para próximo dos familiares, especialmente de grupos de risco, objetos que possam ter mais impurezas, como os sapatos.

Sabe-se que quanto mais tempo passa em horas, menor sobrevida do agente biológico SARS-COV-2 e jogar com isso é protetor. Nos locais de trabalho, o senso de equipe nunca foi tão fundamental. Lançar mão de esquemas que não aglomerem pessoas, seja nos vestiários, copas e restaurantes, seja nas salas tradicionais de trabalho como sempre operaram em tempos fora da pandemia. Este trabalho em equipe representa um desafio gerencial/organizacional, que se inserido numa lógica de equipe proativa ilustra a receita da proteção coletiva responsável no trabalho.

ASSESSORIA DE IMPRENSA

REDAÇÃO JINEWS
Postado por REDAÇÃO JINEWS

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