• Criciúma representa Estado em projeto nacional de moda

    Alunas do Senai tiveram oportunidade de receber a mentoria de Alexandre Herchcovitch

Criciúma representa Estado em projeto nacional de moda

23 Fev, 2018 10:41:56 - Educação

Criciúma (SC)

O Senai Criciúma representou Santa Catarina num maiores projetos de educação profissional do país, o Senai Brasil Fashion. Ao decorrer dos encontros no Rio de Janeiro, as alunas, Agda Manenti Serafim e Letícia Rosa Alves, do curso Superior em Tecnologia em Design de Moda Senai/Unesc tiveram a oportunidade de aprimorar técnicas e receber a orientação de renomados profissionais da área, como: Alexandre Herchcovitch, Lino Villaventura e Ronaldo Fraga.

Sob o tema “Moda é Futuro, Futuro é Moda”, as estudantes, únicas representantes do Estado, desenvolveram uma minicoleção, apresentada em um desfile de moda, no Museu do Amanhã. Para o projeto, as jovens buscaram referências de Josephine Baker, ousada cantora e dançarina norte-americana, e produziram uma coleção de forma manual e com tecidos sustentáveis. Ao longo do processo, as alunas receberam a mentoria de Alexandre Herchcovitch, escolha do próprio estilista.

“Vindo de qualquer estilista nós já estávamos entusiasmadas, porquê só de estar lá, foi algo incrível. Quando fiquei sabendo que era ele, fiquei com um pouco de medo, porquê as pessoas sempre nos falaram que ele era mais reservado e que modificaria muito o nosso projeto. Mas quando tivemos o primeiro contato, ele falou uma frase que marcou: a gente é responsável por aquilo que cria. Então, todo o processo que tivemos com foi muito mais de aprendizado, entender a nossa coleção, do que se sentir desvalorizado por receber modificações no projeto”, declara a estudante Agda Manenti.

Para Letícia também não foi diferente, a jovem conta como foi trabalhar lado a lado com Herchcovitch, profissional reconhecido internacionalmente por suas criações, que levam a originalidade e identidade do estilista em cada trabalho. “Ele se mostrou uma pessoa bem aberta pra conversar, nos deu várias opiniões que fizeram o projeto crescer e em nenhum momento nos impôs nada, tudo foi conversado e aceito. No final ficamos bem felizes de ter sido ele”, conta a aluna.   

Aprendendo com as críticas (construtivas)

Até o desfile final foram quatro encontros. Durante o primeiro, Alexandre inicialmente chamou a atenção das estudantes para a proposta comercial das peças, ideia adotada por muitas empresas. “Entendemos que algumas coisas precisavam ser filtradas e trabalhar aquilo que realmente desejávamos”, explica Agda. A partir disso, as alunas começaram a aplicar as mudanças, com o jeans, marca registrada das indústrias catarinenses, desenvolveram os corselets abertos, representando a liberdade da mulher. Já os tecidos fluidos, foram deixados transparentes para demonstrar a nudez feminina. “Foi filtrada muito a ideia e conseguimos ver o projeto concluído”, pontua a jovem.

“Ficar somente na faculdade e na teoria não vai te agregar tanto do que ter o conhecimento de trabalhar na indústria, conhecer os tecidos, representantes e aviamentos, isso agrega muito mais. Mas ao mesmo tempo, estar lá no Rio de Janeiro, conversar com ele que faz tantas coisas diferentes, que “sai fora da caixa”, e poder pensar fora do mercado foi muito engrandecedor. Tu sai fora da normalidade, do que precisa vender pra aquilo que todo mundo vai ficar surpreendido. Uma coisa que gostamos foi que o tema não alterou, o que mudou foram tecidos, processos, procedimentos e alguns shapes de modelagem. Tudo o que ele falou foi para valorizar o tema, tornando a ideia mais inspiracional”, expõe Letícia.

Trajetória até o desfile no Museu do Amanhã

Desde a inscrição até o grande dia, as alunas foram acompanhadas pelo professor Roger Arend, que orientou e prestou suporte em todos os encontros no Rio de Janeiro. “Todo o processo foi de aprendizagem. O que percebo é que quando a gente tem um processo deste porte, os alunos se sentem motivados, e elas tiveram muita vontade pra fazer o projeto. Eu, como professor orientador, vou dizer que orientei partes do processo, pois elas foram muito proativas. Nossos alunos tem essa capacidade de serem proativos, de buscar referências, de fazer as peças, então, elas tiveram a iniciativa de colocar a mão na massa. Na primeira data que tínhamos pra apresentar o protótipo, nós já levamos peças prontas, nessas peças tivemos pouquíssimas alterações para o desfile final”, comenta o professor orientador.

“Nós já levamos a ideia filtrada para o Alexandre e para o Jackson (consultor de comportamento do projeto) verem. Eles falaram que nos destacamos por isso, por levarmos metade do processo pronto, embora algumas modelagens tenham mudado mas que eles conseguiram visualizar o que seria”, destaca Agda. “Quando chegou no dia do desfile, estávamos bem tranquilas e com o projeto finalizado, apenas tínhamos que passar a peça para o evento. Ouvir dos nossos coachings que a nossa coleção cresceu muito na passarela, que eles não esperavam isso, nossa, ficamos em êxtase”, complementa.

“Tivemos como modelo a Lorena Maraschi, que é capa da Vogue no mundo inteiro. Todo o time, era muito experiente, o Rodrigo Costa que fez a maquiagem é muito conhecido no mercado da moda. Então, a gente estava cercada de pessoas que são muito experientes e profissionais, também tínhamos uma música preparada essencialmente para o desfile. Tudo que tinha pra crescer naquele momento, cresceu, pois todo mundo estava dando o seu melhor. Quando realmente aconteceu na passarela que estávamos vendo as modelos desfilando, foi inacreditável”, menciona Letícia.

No último dia, não houve um concurso, todos que estavam presentes foram considerados vencedores. “Foi uma troca de ideias. Conhecemos muitas pessoas diferentes, que pensavam de outros modos, profissionais de moda do Brasil inteiro, então tinha gente do Nordeste que nós conversamos muito. Essa foi uma das partes mais legais, se tivesse um concurso ali, poderia ter bloqueado o contato com as pessoas”, descreve Letícia.

“Quem está no mercado de moda, almeja pelo menos um dia ter contato com aqueles profissionais. Quando nos deparamos com eles, a gente soube filtrar as coisas no momento certo, parar e ouvir. Quando falo do projeto, me dá uma nostalgia e vontade de estar lá de novo, porquê foi incrível, todos os momentos que passamos lá. O aprendizado é algo que ninguém pode tirar da gente, então, é uma coisa que daqui pra frente só temos a evoluir”, afirma Agda.

“Lá aprendemos muito a metodologia de projetos. Porquê como é um projeto grande o tempo é muito definido. Então, aprendemos a estipular datas, tempo e a metodologia de projeto que, as vezes, precisamos ser mais dinâmicos. Uma vez que na academia temos períodos maiores, percebemos que no mundo real não é assim, a gente tem tempos cada vez menores. E assim, temos que trazer isso para o aluno”, comenta Roger.

Únicas representantes de Santa Catarina

Agda e Letícia foram as únicas representantes catarinenses, além de marcarem a primeira participação do Senai Criciúma no projeto. “Foi uma responsabilidade. Até então ninguém tinha participado de Santa Catarina, nós fomos a primeira dupla selecionada dos quatro anos. Fomos muito elogiadas pelo compromisso que os profissionais do nosso Estado demonstram”, declara Agda.

“Pra nós é uma satisfação e orgulho. Nós formamos profissionais para atuar na área da moda e todas as etapas: pesquisa, criação, desenvolvimento e comunicação. Esse projeto é exatamente isso, ele seleciona os melhores estudantes nessas áreas, e ter alunas representando Santa Catarina e ser da nossa instituição, especificamente do nosso curso, isso quer dizer que nós estamos no caminho certo, que estamos formando diretamente ligado ao que o mercado está precisando, ao que as empresas estão precisando”, declara a coordenadora da graduação, Charlene Vicente Amâncio.

“Foi incrível. Nós temos muito compromisso, é uma coisa catarinense, tanto que o Jackson nos elogiou porquê sempre tentamos dar o melhor, se era pra levar uma peça pronta nós já levávamos dois looks, e no segundo encontro levar 70% pronto pra eles já poderem verificar, diferente de algumas duplas que não conseguiram. Então, a gente sempre deu o nosso máximo. Se era preciso ficar a madrugada bordando, costurando ou modelando, ficávamos”, conta Letícia.

“Nós temos vários projetos que os alunos desenvolvem desde a primeira fase até se formarem, e esse é um dos projetos. Tem os que são vinculados às disciplinas e os extras, onde eles podem ousar mais, vivenciar de uma forma prática, não só aqui como prática externa. Estar em contato com outros profissionais, com outras instituições, que é realmente o que eles vão fazer. E este, foi um dos maiores destaques deste ano”, finaliza a coordenadora.

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Postado por REDAÇÃO JINEWS

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