Comissão faz vistoria e cobra planejamento para legado dos Jogos Olímpicos

09 Mai, 2017 16:13:12 - Brasil

Rio de Janeiro (RJ)

Após quatro vistorias a instalações olímpicas na cidade, a Comissão de Esporte e Lazer da Câmara Municipal do Rio de Janeiro constatou que o que há, no momento, é um “largado olímpico”, e não um legado, como o prometido à época da candidatura como sede dos Jogos Olímpicos 2016. O tema foi discutido hoje (9) em audiência pública na Câmara.

O presidente da comissão, vereador Felipe Michel (PSDB), afirmou que não foi feito um planejamento para o uso dos equipamentos olímpicos. “Nossa função, como Comissão de Esporte da Câmara Municipal, é fazer diligências. Constatamos que não temos hoje um legado preparado para a cidade. Então, convocamos uma audiência pública para colocar prazos, para ver qual é o planejamento para o legado, toda a questão do retorno social, para os nossos atletas de alto rendimento”.

Para o vereador, a pior situação é a do Parque Radical de Deodoro. “Não está havendo retorno para a população no entorno, para o esporte de alto rendimento, o retorno social. A gente vê que ali não teve nenhum planejamento para ser entregue à nossa cidade. É um absurdo um espaço como aquele, olímpico, não ter vestiário nem banheiro. Isso mostra uma total falta de planejamento”.

O deputado estadual Carlos Roberto Osório (PSDB), que colaborou com a campanha de candidatura do Rio como sede dos jogos, disse que o trabalho foi baseado no sonho de que a olimpíada poderia deixar ao esporte brasileiro e ao Rio de Janeiro um novo patamar de desenvolvimento. “Após os jogos olímpicos, os atletas brasileiros deveriam ter outras condições de infraestrutura, de capacidade de treinamento, de performance esportiva e de condições de executar o que eles fazem, que é a prática do seu esporte. Este era o nosso sonho. E hoje, já passados quase oito meses do encerramento dos jogos, podemos atestar, com absoluta franqueza e tranquilidade, que isso não aconteceu”.

Osório afirmou que o problema está "sem dono” e que a prefeitura tem que assumir isso. “Se os equipamentos ficarem mais seis meses fechados, podemos ter danos irreversíveis. O problema foi herdado por essa gestão, mas tem que resolver”.

Atletas

Prata nos Jogos 2016, o judoca paralímpico Willians Araújo disse que o Rio de Janeiro passa por um total descaso com o esporte. “O Rio de Janeiro está perdendo vários atletas, que estão saindo, porque além da estrutura física, a estrutura financeira não está permitindo que a gente continue treinando aqui. Foi feito investimento por meio  do Time Rio, uma parceria da prefeitura com o Comitê Olímpico Brasileiro, que deu estrutura para treinarmos. Hoje, toda minha equipe multidisciplinar trabalha voluntariamente. Está difícil continuar treinando aqui, já recebi diversos convites para sair da cidade.”

“Quando constatei como tinham ficado largada a estrutura olímpicas de Atenas, eu nunca imaginei ver hoje a nossa estrutura olímpica largada dessa mesma maneira. Como atleta olímpica, a gente sempre sonha que realmente serão cumpridos os prometidos e, em um deles, eu tinha grande esperança. Não só para a preparação dos atletas de alto rendimento, mas para a criançada que tem o sonho de seguir dentro do esporte, seja ele qual for, que realmente tivessem sido abertas as portas do Parque Olímpico”.A ginasta Daniele Hipólito, que participou de cinco olimpíadas, disse que teve a oportunidade de ver cidades onde houve legado, como Sidney, Pequim e Londres e outras, como Atenas, onde houve o “largado olímpico.” A atleta também cobrou a abertura da Arena Carioca Três para que os atletas da ginástica possam treinar para a próxima olimpíada, aTóquio 2020.

Prefeitura

A subsecretária de Esporte e Lazer da Secretaria Municipal de Educação, Esporte e Lazer, Patrícia Amorim, disse que o problema é de todos e que “todos nós juntos vamos virar esse jogo e vamos resolver”. “ Segundo Patrícia, dos equipamentos do Parque Olímpico da Barra, apenas a Arena 3 é de responsabilidade da prefeitura e o local já está sendo ocupado, com quadras de badminton e mesas de tênis. O local está aberto à visitação das escolas mediante agendamento.

O Velódromo, as arenas 1 e 2 e o Centro de Tênis são de responsabilidade do governo federal. Já a Arena do Futuro e o Parque Aquático estão em processo de desmontagem e a promessa de construir quatro escolas está sendo revista, já que as atuais precisam de manutenção. Uma das piscinas será utilizada pela escola de educação física do Exército. Sobre o Boulevard Olímpico, no Parque da Barra, Patrícia afirmou que o local está aberto ao público. Ali, foram construídas quadras de basquete e um campo de grama sintética para uso da população. Há aidna o Muro dos Campeões, com o nome dos medalhistas em 2016.

O Campo Olímpico de Golfe é administrado pela iniciativa privada, com uso pago e com contrapartida social, segundo a subsecretária. A licitação para o Parque de Deodoro, “o mais polêmico”, segundo Patrícia, está em fase de ajustes finais. “Vamos reabri-lo assim que possível, ainda no primeiro semestre", afirmou. Participaram da audiência, o representante do Comitê Olímpico Brasileiro André Matos e o presidente do Flamengo, Eduardo Bandeira de Mello.

TEXTO/ MARIA CLAUDIA/ AGÊNCIA BRASIL

REDAÇÃO JINEWS
Postado por REDAÇÃO JINEWS

Tudo o que acontece em Içara, Balneário Rincão e na região você encontra primeiro aqui!

EXPRESSO COLETIVO ICARENSE
coopercocal