Coluna de Elza de Mello - 4 de outubro de 2016

04 Out, 2016 14:31:18 - Artigo

IÇARA NOSSA TERRA NOSSA GENTE (198)

A vida é cíclica, não há dúvidas. Há tempo para tudo na programação social e estamos sempre chegando ao final de um ciclo e entrando em um novo ciclo. E assim segue a vida. Como diria meu avô: assim segue a roda da vida, aquela que impulsiona o ser e o fazer da humanidade. Saímos de um pleito eleitoral e respiramos fundo pela finalização de uma campanha ferrenha.

Dia e noite foram pouco para as visitas ao eleitorado. Para alguns candidatos, mais uma visitinha, um gole de café junto aos familiares e a conversa saudosa de visitas e convívio anterior. Para outros a surpresa por conhecer lugares e pessoas que nem supunha que existisse em seu município e para alguns que tiveram recursos e pagaram alguém para trabalhar, nem se deram ao prazer de conhecer sua terra e sua gente. E esses candidatos passarão o seu mandato sem conhecer de fato o contexto de seus eleitores. Eles jamais se misturam com o povão. Jamais conhecerão as moradas humildes e tão repletas de carinho e boa acolhida dessas pessoas que não convivem no mesmo espaço social seu. E por incrível que pareça são essas pessoas que fortalecem esse sistema de antidemocracia do voto. Às vezes pela simpatia do cabo eleitoral, outras vezes pelo dinheirinho que ele lhe repassa ou pela esperança de um emprego. E assim segue o vicio que se combate lá no alto do escalão, mas, se reforça na base mais frágil da pirâmide social, o contexto municipal.

Outra coisa absurda que vejo é o candidato a prefeito ou vice-prefeito ter dedicação a alguns candidatos a vereadores. Prefeitos e secretários jamais deveriam ter simpatias declaradas. Então o candidato a vereador que está fora da simpatia da majoritária deveria pedir o voto com outro candidato. E isso renderia bem mais, eu garanto. Quantas vezes nos debruçamos a trabalhar para alguém, pelo compromisso partidário deixando lá fora as nossas simpatias individuais. Mas se pode para alguns, deveria valer para todos. É uma questão que deveremos pensar e adotar em outras oportunidade, penso eu.

Depois da campanha vem o recolhimento, o descanso merecido para verdadeiros guerreiros que se dedicaram a causa com o compromisso cívico de cidadania. É muito triste viver uma ditadura, posso afirmar. Eu votei pela primeira vez bem tarde. Vivi o período da ditadura militar quando foi extinto os partidos e formado apenas situação ARENA e oposição MDB. O primeiro voto para Presidente da Republica do Brasil foi um acordo, uma barganha; e mesmo assim o escolhido não governou porque faleceu no dia de sua posse. Somente o contexto municipal teve a nossa participação social. E é esse contexto que nos dá o direito de opinar entre pessoas de bem que estão entre nós, conhecemos e recorremos em nossas necessidades. Sobretudo aqueles ou aquelas que têm lisura com os bens públicos e sabe que está ali para administrar e não para brincar de ser bonzinho com os bens sociais.

Lembro que nossa primeira eleição municipal foi a 07/10/1962, pleito que elegeu pelo voto democrático o prefeito Ângelo Lodetti. Que esse 02/10/2016, aos 54 anos de distância da primeira eleição nos mantenha na esperança de um governo democrático e com olhares em todos os quadrantes do município. Ele andou por todos os lugares e conversou com pessoas indiferente a sua condição social e econômica e conhece as necessidades mais elementares de seu povo.

Parabéns aos eleitos em 2016!! Içara espera bons legisladores e gestores pois o povo apostou em quem acredita ser o melhor para todos. E a voz do povo é a voz de Deus....


TEXTO: ELZA

ELZA DE MELLO
Postado por ELZA DE MELLO


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