Coluna de Elza de Mello - 30 de setembro/2019

30 Set, 2019 11:50:13 - Colunistas

Içara Nossa Terra Nossa Gente Matizes de Açorianidade (26)

O Dia Nacional de Luta da Pessoa com Deficiência foi celebrado em 21 de setembro no Brasil.Esta data foi criada com o objetivo de conscientizar sobre a importância do desenvolvimento de meios de inclusão das pessoas com deficiência na sociedade. O preconceito e a inacessibilidade pública também são dois pontos centrais a serem debatidos durante esta data, e que são responsáveis por dificultar a vida dessas pessoas. Oficialmente, esta data foi criada a partir do decreto de lei nº 11.133, de 14 de julho de 2005, mas já era celebrada a nível extraoficial desde 1982.

A criação do Dia Nacional de Luta da Pessoa com Deficiência foi uma iniciativa do Movimento pelos Direitos das Pessoas Deficientes – MDPD, grupo que debate propostas de transformações sociais em prol das pessoas com deficiência desde 1979.

O dia 21 de setembro também marca o início da Primavera no Hemisfério Sul, e é fazendo uma referência a esta estação que foi escolhida esta data como marco para celebrar a luta da pessoa com deficiência. O fenômeno da Primavera pode ser metaforicamente comparado ao renascimento e renovação da vida, assim como acontecem com as flores durante esta estação.

Para quem não possui pessoas deficientes físicas ou mentais parece ser banal um dia dedicado a essas pessoas. Porém, quando temos pessoas com deficiências percebemos como o mundo pode ser cruel com os diferentes, com os que não estão na mesma classificação dos, ditos normais. E a exclusão vai até muitas instancias políticos sociais. As instituições de ensino estão em primeiro lugar. Lá entre bullying e falta de comprometimento, o deficiente é marginalizado. Não tem como ocupar um espaço que não está adequado para o seu desenvolvimento cognitivo  e humano. O discurso da inclusão termina quando começa o  aparelhamento das bases de apoio pedagógicos para as praticas de ensino aprendizagem. Até mesmo pessoas capacitadas não estão a disposição da escola publica. Tudo fica numa precariedade infinita onde o sucesso para a aprendizagem se torna impossível.

As pessoas com deficiência e seus membros familiares precisam ser motivadas a lutarem pela construção de uma sociedade inclusiva, onde podem viver de forma igualitária e sem preconceitos. Isto é o que está posto como Lei brasileira. Mas será que a Lei faz todo o processo de inclusão sem a aplicação de medidas para favorecer aos deficientes em suas necessidades? Não! Decididamente as escolas não estão estruturadas para receber e formar para o meio social, esses deficientes em suas necessidades e eles acabam marginalizados em seus direitos. O que é uma lástima. Poderíamos ser mais ricos se tivéssemos como incluir de forma digna e ter resultados satisfatórios aos nossos deficientes. Mas fica, na maioria dos casos, apenas em discursos eleitoreiros, demagogias...

A primeira precariedade para com a inclusão de deficientes pode ser a própria família. Lares sem recursos e que pai e mãe precisam deixar suas casas e famílias muito cedo em busca de um mísero salário para a alimentação. Alimentar a família é o compromisso mais urgente. Então como ter recursos para a educação. Educação é um investimento à longo prazo e a miséria é a mais urgente. Definitivamente a família não terá o tempo e as condições necessárias para dedicar-se as necessidades deste deficiente Acaba por não poder dar uma formação e, assim, assegurar um futuro certo para seu familiar com necessidades especiais.

Então eu fico pensando na responsabilidade da cultura indígena quando não dá aos seus deficientes o infortúnio de sofrer as consequências de suas deformidades. E vejam, já olhei de esguelha e com muitas críticas para este hábito cultural de algumas nações indígenas. Até porque, em nossa cultura ocidental, temos olhares muito afetuosos aos nossos deficientes e lutamos juntos para o bem estar  de nossos diferentes em nosso meio social.

Somos fraternos e muito solidários e assim vamos dando amor enquanto não termos condições de prover melhores condições de vida futura, aos nossos excepcionais.  Que esta data seja muito bem refletida na fundamentação e na práxis (prática).

ELZA DE MELLO
Postado por ELZA DE MELLO


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