Coluna de Elza de Mello - 28 de março/2018

28 Mar, 2018 22:53:57 - Colunistas

Içara Nossa Terra Nossa Gente (241)

Içara ainda Distrito do município de Criciúma teve duas Leis aprovadas, e que foi muito importante para o bem estar da população içarense. E porque vem tratar de bem estar e conforto à população, vale a pena ser lembrada para que novas gerações conheçam-nas.

1 – a Lei Nº 44, de 30/03/1950 que criou o serviço de limpeza pública e a coleta de lixo sob a responsabilidade da prefeitura municipal de Criciúma. Nessa época era o município de Criciúma que recolhia o lixo produzido na cidade de Içara em algumas residências e estabelecimento público. Nas residências de pessoas simples, queimava-se o lixo que produziam. Muito pouco se produzia de lixo. Eram raras as embalagens plásticas. As mercadorias adquiridas em mercados e mercearias eram embrulhadas em papel pardo e tinham como destino a fogueira que, na boca da noite, iluminava a rua e atraia as crianças para as brincadeiras. Não existia ainda a televisão e a meninada se reunia no campinho para uma disputada pelada com bola de meia ou, raramente, com uma bola de couro. Içara era uma vila e as famílias se conheciam quase na totalidade. Quando passava o caminhão recolhendo o lixo, esporadicamente, alguns meninos acompanhavam-no com curiosidade.

2 – dia 31/03/1959 foi criada uma taxa de dedetização do Serviço Nacional da Malária. A taxa cobrada era de CR$30,00 (trinta cruzeiros) cada residência. Porém, nas casas operárias a taxa era de CR$20,00 (vinte cruzeiros) cada residência. A malária ainda acometia muitos içarenses e era tratada com medicamentos homeopáticos por um senhor da família Cascaes. Ele era muito entendedor da doença. Não se falava em Zica ou dengue. Era malária mesmo. A malária é tipicamente uma doença do mundo subdesenvolvido. Já desapareceu da Europa e da América do Norte, onde vicejou até a metade do século XX.

Todo esse sofrimento a humanidade deve a dois inimigos que se aliaram há milênios para seviciar a espécie humana: um protozoário e um mosquito. Também chamada de maleita, impaludismo, paludismo e febre terçã ou quartã, a malária apresenta sintomatologia típica, quase inconfundível (1). Manifesta-se por episódios de calafrios seguidos de febre alta que duram de 3 a 4 horas. Esses episódios são, em geral, acompanhados de profundo mal-estar, náuseas, cefaléias e dores articulares. Passada a crise, o paciente pode retomar sua vida habitual. Mas, depois de um ou dois dias, o quadro calafrio/febre retorna e se repete por semanas até que o paciente, não tratado, sare espontaneamente ou morra em meio a complicações renais, pulmonares e coma cerebral. Tratado a tempo, só excepcionalmente morre-se de malária.

O Presidente Getúlio Vargas, com a ajuda da Fundação Rockfeller, resolveu enfrentar a epidemia. Juntos, investiram US$ 350 mil em um exército de médicos e técnicos, muitos deles já experimentados no combate ao mosquito transmissor da febre amarela. A luta contra o gambiae foi formidável. Não sobrou um único criadouro na região que não fosse revirado e aspergido com larvicida. Até vasos de cemitério e potes com água benta receberam sua dose de larvicida. Infelizmente, não havia ainda o DDT, mas todas as casas foram fumegadas com piretro e a vitória foi esmagadora e viria a ser completamente erradicado do Brasil.

É preciso lembrar o dia 31/03/1964, o dia do golpe militar que também sacudiu a cidade de Içara com perseguições e prisões de alguns cidadãos denunciados como comunistas e agitadores da ordem social. São datas que nos trazem recordações de lutas e de conquistas em nossa terra e de nossa gente.

ELZA DE MELLO
Postado por ELZA DE MELLO


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