Coluna de Elza de Mello - 19 de julho de 2016

19 Jul, 2016 11:04:20 - Artigo

IÇARA NOSSA TERRA NOSSA GENTE (190)

Estamos chagamos a mais uma eleição em nossos municípios catarinenses. E Içara que teve sua primeira eleição em 07/10/1962, se prepara para o novo pleito com algumas novidades. Mas vale a pena relembrar um pouquinho de nossa primeira eleição para compararmos com os avanços democráticos que vivemos atualmente.

Em 1962 disputaram na majoritária os senhores Ângelo Lodetti pelo Partido Social Democrático (PSD). Jorge Feliciano pelo Partido Trabalhista Brasileiro (PTB) e Antonio Colonetti pela União Democrática Nacional (UDN). O PSD comemorou a vitória com o prefeito Angelo Lodetti embora o PTB tenha reclamado de uma falcatrua ocorrida na urna de Lagoa dos Esteves, alegando que os mortos votaram naquela eleição. Mas a vitoria de Angelo Lodetti foi consolidada com a vitória dos vereadores de seu partido: Lauro Lima, Hercílio Satiro Pacheco e Zefiro Giassi, os vereadores do PTB: Manoel Dias e José João Rabelo, o vereador da UDN, Pedro Dal Pont e Antonio de Lima que era do PRP e estava coligado à UDN.

Passados 54 anos, a política brasileira se transformou em um picadeiro circence com suas muitas e inúteis siglas partidárias. São na verdade 35 partidos e agremiações que usufruem de um fundo de cerca de R$ 1 bilhão extorquidos, por lei, dos pagadores de impostos. E há uma facilitação para registros provisórios de partidos fictícios formando um democratismo e anulando a tão proclamada democracia, e o partido político que deveria ser a voz silenciosa do povo e representá-lo, acaba negando-os. Para se ter uma ideia, o congresso está formado por 28 partidos dos 35 existentes. É uma Casa fragmentada que induz à discórdia e a corrupção.

Estamos vivemos os últimos dias observando os partidos extorquindo governos; ocupando ministérios e cargos onde são governos e oposições ao mesmo tempo. E com isso o Brasil gerencia um governo que é contra si mesmo...uma falácia. É a obscenidade do voto sem território distrital. E enquanto os políticos fazem suas jogadas pelo poder, a violência cresce nas ruas, as injustiças sociais se alastram e o desemprego leva os arrimos de família a intermináveis buscas ficando o lar sem assistência e sem recursos de subsistência. É Brasil, o pais gigante em tamanho e fartura.

Mas vamos falar de Içara que incluída no cenário nacional vive as mesmas mazelas. Percebe-se o fechamento das coligações em torno de candidatos que se considera com mais possibilidades. Os dois grandes partidos, PP e PMDB fragmentados em inúmeras siglas lideram a majoritária. Ao seu redor os pequenos partidos dão-se às mãos em conchavos políticos. Isso já é costumeiro.

A novidade fica por conta da candidatura de uma mulher à majoritária. Em um município de tradição machista, especialmente o PMDB que não encontra mulher capaz entre suas filiadas, haja novidades na candidatura de uma mulher à prefeita de Içara. Para reforçar pesquisem as mulheres que foram eleitas à Câmara Municipal de Içara – duas: a professora Iara Martinez pelo PP e Edna Benedet da Silva pelo PC do B.

Para certos partidos, a mulher precisa ser presença decorativa. Mulher que tenha visão, que tenha pensamento formulado e conceitos da ciência política precisa ser colocada em ostracismo. É perigoso mulher que pense, fale, e escreva sobre suas ideias e ideais da ciência política. Ah...creio que há uma vontade imensa que ainda se tivesse a caça às bruxas.

Mas nos preparamos para mais um pleito municipal em Içara e, como de costume, nossas bandeiras vão tremular balançando nossos candidatos. Sobretudo os candidatos a vereador que são os políticos mais próximos do povo sem vez e sem voz e, consequentemente os mais atingidos pelo democratismo. Que Deus os proteja pois são cabos eleitorais de prefeitos e quase nunca reconhecidos quando não tem a sorte de vitoria pois quase nunca são aproveitados em funções que lhes garanta a sua força de liderança comunitária.

TEXTO: ELZA


ELZA DE MELLO
Postado por ELZA DE MELLO


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