Coluna de Elza de Mello - 14 de março/2017

14 Mar, 2017 10:53:04 - Colunistas

IÇARA NOSSA TERRA NOSSA GENTE (206)

O mês de março entrou com nossos devidos aplausos. A inércia das férias acabou e as portas das escolas foram abertas aos alunos e professores. As moradas de pessoas que estavam em férias, na orla litorânea, ganharam vida com o retorno de familiares. E tudo vai se encaixando para a vida que se renova a cada ano. Um fato costumeiro que poderia passar despercebido, mas que toca a sensibilidade dos mais observadores. Até porque, segundo o padre Fábio de Mello, na vida temos apenas a rotina, a poesia é que dá o requinte, o novo para os vários momentos rotineiros.

Mas entre o reinicio programado pela rotina que temos, há também as intervenções que a vida nos lança e, muitas vezes carregadas de dor. São as surpresas que recebemos ao ser comunicados da morte de alguém, muito próximo de nós por parentesco ou por amizade. E essas surpresas nos pega em momentos, às vezes, tão impensados, indesejados e, no sobressalto, chegamos a nos questionar sobre o porquê da fatalidade. Não queremos concordar com a perda de alguém, especialmente se esse alguém é um jovem. Parece que a morte é aceitável, ainda que doloroso para quem já viveu um bom tempo de vida. Alguém que demonstre nas rugas da face, nos cabelos grisalhos e no olhar cansado os seus anos de vida. Mas falar de morte a um jovem, é inconcebível em nosso conceito humano. E esquecemos que  Salmos 39:5, nos diz –‘ Eis que fizeste os meus dias como a palmos; o tempo da minha vida é como um nada diante de ti’.Mas a dor nos abate e esquecemos de nos lembrar que ‘as pessoas faz os seus planos, mas quem dirigi a nossa vida é Deus, o Senhor’ (Provérbios 16:9).

E assim foi com a notícia do falecimento de Bruno. Inaceitável, inconcebível, impossível admitir que alguém tão jovem tivesse de partir para a dimensão eterna. Como acordar no dia seguinte e ver que não fora apenas um sonho...um sonho funesto? Como se conformar com o silêncio de sua fala, de sua risada mais alegre, de sua musica preferida? Onde rever a sua presença desejável, seu lugar ao ministério de louvor na Igreja que freqüentava? Tantas interrogações. E assim o dia passou e a noite arrastou-se em um funeral carregado de dor. Mas pela manhã, o sol escondeu-se em uma nuvem e pranteou o rapaz de alma de menino, que já havia seguido ao Chamado Divino: - ‘...na morada de meu Pai eu te preparei também um lugar’. E as pessoas imersas em dor, não sentiam a força do chamado de Deus, do Senhor da vida. A vida que nós mães recebemos em nosso ventre para trazer ao mundo, educar, amar e fazê-lo cumprir a sua e a nossa missão. E há tanto amor envolvido nessa missão humana, que nos esquecemos que nossos filhos são dádivas Divinas. Não são nossas posses.

Como não entendemos o momento crucial, nos agarramos às recordações do que foi falado, foi ouvido, foi vivido. Queremos eternizar os momentos compartilhados, festejados, comunicados. Tudo fica impresso nos sentidos, nas cores, nos gestos, nos sabores. A nossa volta se forma um mar revolto de sentimentos e assim, formamos o cerne da memória. E esse cerne memorável nos dará, futuramente o gosto da fruta que saboreamos  juntos, o odor do perfume usado, a audição de uma musica preferida. E por ultimo, aceitamos a dor na evocação das saudades. São as saudades a guardiã de todos os sentimentos acumulados e guardados cuidadosamente em nós.

Ele Viveu por amor, e pelo amor ao Pai iniciou a sua viagem à dimensão etérea. Foi lindo o seu viver!!

ELZA DE MELLO

ELZA DE MELLO
Postado por ELZA DE MELLO


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