Coluna de Elza de Mello - 14 de fevereiro de 2017
IÇARA NOSSA TERRA NOSSA GENTE (204)
Desde cedo aprendi que a
disciplina é a ponte entre as metas e as
conquistas. E cedo já tínhamos nossas metas que ardentemente desejávamos
alcançar. Queríamos ser alguém na via, construir um futuro que nos desse
segurança. Afinal éramos filhos e também irmãos. Pertencíamos a grandes
famílias e não nos negávamos a querer o melhor para nossos irmãos. Aprendíamos
de berço a fraternidade. Atualmente as famílias são compostas de poucas
pessoas, normalmente um filho. E por ser filho único é tratado com zelo e
muitas ofertas: roupas caras e de marcas, brinquedos sem data significativa,
bons calçados, rico material escolar e muito, muito ócio. Não há
responsabilidade por si ou pelo trabalho da família. Tudo gira em torno de si e
das facilidades que a vida moderna oferece. Pais e mães envolvidos no trabalho
passam, geralmente, o dia inteiro longe.
Hoje crianças e jovens parecem viver alheios a um futuro e só vivem o
presente sem perceber que o presente na manhã seguinte já é passado, razão para
não terem metas com desejo de vitórias. A casa dos pais é seu refugio único, sem
preocupação com a sua conservação. Vivem
o individualismo exacerbado e, alguns chegam a ignorar os filhos que geram como
se fossem brinquedos sem valor. É preocupante!! Onde ficarão os valores humanos
que nos irmanam em uma comunidade ou no tecido social?
A violência cresce a cada dia. Os
jovens são aliciados ao vicio, a deturpação do corpo como se estivesse a
punir-se. Drogas e violência andam juntas e adentram a casa de qualquer família
sem um aviso prévio. E depois dessa entrada triunfal, os pais viram vitimas dos
filhos que deram tanto zelo e teceram tantos sonhos de projeção social. O tempo em sua marcha
inflexível não dá um retrocesso e pais e
mães se tornam reféns dos filhos que fazem todo o impossível para manter o
vicio que já está por um preço muito alto. E, segundo Graciliano Ramos, “é
fácil se livrar das responsabilidades. Difícil é escapar das conseqüências por
ter se livrado delas”. Quem pensa que escapou de suas responsabilidades logo,
logo verá as conseqüências e terá o preço a pagar bem mais alto. Superfaturado,
pode-se dizer.
O mesmo pode-se dizer dos bens
comuns que a sociedade faz seus discursos quando a ocasião lhes apraz. Muitos
se acham donos porque pagam seus impostos (quando pagam), mas não pensam que
precisam zelar pelo bem comum porque é um patrimônio público; é de todos. É uma
ironia ver alguém discursar sobre o patrimônio público e na calada da noite
vilipendiá-lo. A quem destruir o
patrimônio público deveria ser imposto uma penalidade que obrigassem o agressor
a devolver reconstruído à sociedade. Quantas vezes vemos um transgressor atear
fogo a um imóvel e ser justificado e protegido do dano que causou à sociedade.
É lastimável!! E logo em seguida o povo sai em criticas ao governante
culpando-o da falta de espaço. Onde fica a responsabilidade de quem destruiu o
patrimônio? De quem ao invés de estudar destruiu o mobiliário escolar e suas
dependências? De quem insultou e maltratou o seu professor?
Há uma relação tão grande de amor
em uma família, em uma escola, em uma igreja, em uma administração digna que
fico deveras estupefata quando vejo a direção que vai caminhando a sociedade.
Um povo se faz com homens,
mulheres e valores humanos e educar para os valores humanos é um ato de amor e
compromisso de todos nós. Bem vindo a Escola
estudantes içarenses!!