Coluna de Elza de Mello - 14 de fevereiro de 2017

14 Fev, 2017 17:16:31 - Colunistas

IÇARA NOSSA TERRA NOSSA GENTE (204)

Desde cedo aprendi que a disciplina é a ponte entre as  metas e as conquistas. E cedo já tínhamos nossas metas que ardentemente desejávamos alcançar. Queríamos ser alguém na via, construir um futuro que nos desse segurança. Afinal éramos filhos e também irmãos. Pertencíamos a grandes famílias e não nos negávamos a querer o melhor para nossos irmãos. Aprendíamos de berço a fraternidade. Atualmente as famílias são compostas de poucas pessoas, normalmente um filho. E por ser filho único é tratado com zelo e muitas ofertas: roupas caras e de marcas, brinquedos sem data significativa, bons calçados, rico material escolar e muito, muito ócio. Não há responsabilidade por si ou pelo trabalho da família. Tudo gira em torno de si e das facilidades que a vida moderna oferece. Pais e mães envolvidos no trabalho passam, geralmente, o dia inteiro longe.

Hoje crianças e jovens  parecem viver alheios a um futuro e só vivem o presente sem perceber que o presente na manhã seguinte já é passado, razão para não terem metas com desejo de vitórias. A casa dos pais é seu refugio único, sem preocupação  com a sua conservação. Vivem o individualismo exacerbado e, alguns chegam a ignorar os filhos que geram como se fossem brinquedos sem valor. É preocupante!! Onde ficarão os valores humanos que nos irmanam em uma comunidade ou no tecido social?

A violência cresce a cada dia. Os jovens são aliciados ao vicio, a deturpação do corpo como se estivesse a punir-se. Drogas e violência andam juntas e adentram a casa de qualquer família sem um aviso prévio. E depois dessa entrada triunfal, os pais viram vitimas dos filhos que deram tanto zelo e teceram tantos sonhos  de projeção social. O tempo em sua marcha inflexível não dá  um retrocesso e pais e mães se tornam reféns dos filhos que fazem todo o impossível para manter o vicio que já está por um preço muito alto. E, segundo Graciliano Ramos, “é fácil se livrar das responsabilidades. Difícil é escapar das conseqüências por ter se livrado delas”. Quem pensa que escapou de suas responsabilidades logo, logo verá as conseqüências e terá o preço a pagar bem mais alto. Superfaturado, pode-se dizer.  

O mesmo pode-se dizer dos bens comuns que a sociedade faz seus discursos quando a ocasião lhes apraz. Muitos se acham donos porque pagam seus impostos (quando pagam), mas não pensam que precisam zelar pelo bem comum porque é um patrimônio público; é de todos. É uma ironia ver alguém discursar sobre o patrimônio público e na calada da noite vilipendiá-lo.  A quem destruir o patrimônio público deveria ser imposto uma penalidade que obrigassem o agressor a devolver reconstruído à sociedade. Quantas vezes vemos um transgressor atear fogo a um imóvel e ser justificado e protegido do dano que causou à sociedade. É lastimável!! E logo em seguida o povo sai em criticas ao governante culpando-o da falta de espaço. Onde fica a responsabilidade de quem destruiu o patrimônio? De quem ao invés de estudar destruiu o mobiliário escolar e suas dependências? De quem insultou e maltratou o seu professor?

Há uma relação tão grande de amor em uma família, em uma escola, em uma igreja, em uma administração digna que fico deveras estupefata quando vejo a direção que vai caminhando a sociedade.

Um povo se faz com homens, mulheres e valores humanos e educar para os valores humanos é um ato de amor e compromisso de todos nós.  Bem vindo a Escola estudantes içarenses!!

ELZA DE MELLO
Postado por ELZA DE MELLO


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