Coluna de Elza de Mello - 09 de maio/2018

09 Mai, 2018 09:33:00 - Colunistas

IÇARA  NOSSA TERRA  NOSSA GENTE  (237)

Mais uma vez  vamos comemorar o dia das mães. Uma data dedicada as mães que deram  a luz aos homens e mulheres construtores da história da humanidade. Aos que promoverão a paz ou a guerra; aos que deixarão ou não sadias memórias para a posteridade. É o dia das mães, o dia que celebramos as saudades das mães que já não estão nesse plano físico, como minha mãe, ou a presença  da mulher que se desdobra em muitas mães para organizar a sua rotina e o seu meio familiar. Mãe é mãe em qualquer dimensão desse planeta terra.

Como estamos vivendo nesse ano de 2018 os 270 anos de imigração açoriana, me reporto às mães primeiras de nossas localidades colonizadas por famílias de procedência açoriana. Mas que no contexto das sesmarias plantaram os primeiros lares e lançaram as primeiras raízes familiares junto às tabas do indígena. Mães que se dedicaram na edificação das famílias que nos receberam com sua sabedoria e sua fé creditada no amor como primeiro mandamento cristão.

Quase sempre em uma casa muito simples, iluminado por uma lamparina, ao cair da noite a família se reunia para a ceia, o planejamento das lidas, as orações recitadas e o pedido da bênção aos pais, avós e tios. Era uma aprendizagem mediada pelo respeito, pelo amor e pela singeleza de vida que completava a felicidade. A mãe era um exemplo a ser seguido pelas filhas como uma escola modelo. E novas famílias iam se formando, mescladas pela mesma essência – o amor. Desconhecia-se a blasfema, o consumismo, o egoísmo e a indolência. Desconhecia-se, sobretudo, as drogas que consomem nossos jovens e angustiam as mães sofredoras do mal da modernidade.

 A vida era uma sucessão de tempo predeterminado na lidas diárias, nos plantios, capinas e safras, pois as necessidades diárias eram organizadas pela família. Não havia onde adquirir se não fosse produzida. E nessa produção havia a habilidade materna para vestir a família com dignidade. Era preciso plantar, colher, cardar, fiar e tecer para surgir a roupa do trabalho ou os belos ternos e vestidos que davam o ar de suas graças nos eventos sociorreligiosos. Uma maratona de atividades para as mães, que escolhiam sempre uma filha para sua ajudante e companheira do repasse cultural para as posteridades. Foram anos de construção cultural até aos dias atuais. Mas não há como esquecer as abnegadas mães que nos antecederam. A elas elevamos nosso louvor e nossos eternos agradecimentos.

A exemplo da Maria, as mães reproduziam o lar da Sagrada Família de Nazaré. As muitas Nossas Senhoras acompanhavam as necessidades da família: Nossa Senhora do Parto, Nossa senhora da Saúde, Nossa Senhora da Imaculada Conceição... entre outras que o devoto introduzisse em seu lar. Se Deus cria, diante de recursos tão escassos, Nossa Senhora cuida e protege de todos os males.

 O filho desde cedo entrava para as lidas com o pai e trabalhavam com o mesmo sonho – construir a sua família. O lar era o sonho e o planejado desde muito  jovens, não existia o sonho de consumo como hoje. Trabalhava-se para a elevação de vida de toda a família. Vivia-se com dignidade para que seu nome fosse limpo na sociedade. Os apelos exacerbados de vaidade ainda eram desconhecidos. Mas se na atualidade houve mudanças, não podemos esquecer que a mãe é a nossa mestra e catequista para toda a vida.

Parabéns Mães!!! As Mães são o mais rico Patrimônio de nossa terra e de nossa gente. Parabéns pelo nosso dia. 

ELZA DE MELLO
Postado por ELZA DE MELLO


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