Coluna de Elza de Mello - 08 de janeiro/2019

08 Jan, 2019 10:13:38 - Colunistas

IÇARA NOSSA TERRA NOSSA GENTE  - MATIZES DE AÇORIANIDADE (1)

Mais uma vez descortina-se um novo ano. E mais uma vez estamos a receber o ano 2019 com as mesmas esperanças, o mesmo espírito de fraternidade como recebemos outros anos, que conseguimos atingir em nossa idade cronológica. E como é uma sequencia de vivências, preparamos o Advento como o parto para o Ano Novo, além das mensagens Natalícias do Filho de Deus nascido em uma gruta fria na cidade de Belém. E o Menino de Belém fez moradia em nossos corações fraternos, abrindo nossas moradas para as manifestações culturais de base açoriana em nossa terra. Além do Presépio, onde eram rezadas as novenas de Natal, as cantorias dos Ternos de Reis também visitavam nossas casas, adentravam em nossos lares e nos enchiam de graças pela certeza de que o Menino de Belém, feito homem em Jesus Cristo, nos alcançava em nossos anseios de paz e de esperanças. Esperanças de um mundo mais fraterno, de um governo humano e generoso nos direitos da Nação Brasileira. Tudo era  vivido na aura da alegria do Natal. Um tempo de confraternizações anunciadas na partilha do amor.  Os lares de cultura de base açoriana se enchem de matizes da Natividade do Jesus Cristo, do Natal do Menino Jesus, indiferente ao Natal Comercial e consumista do Papai Noel. E quando os sinos das capelas tocam o anúncio de mais um encontro de orações, as famílias  compartilham suas orações de fé e de esperança pelo bem da terra onde renasce o sentido de vida em comunidade. Do trabalho que dignifica cada pessoa e enobrece a família reconstruída em distantes gerações, preservando sempre a certeza de que a  estrela que iluminou os Reis Magos no Natalício do Menino de Belém, iluminou-os até a esta terra, a décima ilha açoriana.

Mas as festas de Natal e Ano Novo encerraram com as últimas cantorias aos Reis do Oriente. Agora é preciso retomar as rédeas do tempo, a rotina do trabalho. É o retorno que nos coloca em um Ano Novo, mesmo que tudo seja uma sequência normal. O se faz novo é, na verdade, a magia do Natal que vivemos a cada Ano Velho e a preparação minuciosa para o Ano Novo, e então ele acontece, um Ano Novo que chega sereno em minha comunidade rural, ou com muito barulho nas cidades, especialmente nas grandes metrópoles onde há queimas de fogos  e shows saudando o bem vindo Ano Novo. Mas cada um festeja como é conveniente ou como a cultura local determina em seu ser e fazer comunitário.

Reconhecer nossa cultura familiar e prestigiar os eventos populares é uma marca maior de nossos valores étnicos. E essa valorização não  pode passar despercebida ou ser segregada como uma manifestação sem valor cultural. Então ficamos em nosso meio  com muito amor pelo nosso fazer cultural e orgulho de nossa fé expressa em um legado que ultrapassou os umbrais das residências e adentrou a nave do Santuário do Sagrado Coração de Jesus. La o Deus Menino visitado pelos Santos Reis, foi acolhido com muito carinho e deixou suas bênçãos em profusão. Aplausos ao coordenador do Grupo, Fábio Freitas, e os demais integrantes. É uma bênção saber que a fé contida em louvações trazem a memória de um povo em construção nas terras içarenses, e as saudades de uma terra além-mar que nunca foi esquecida – Açores,  a terra de nossos ancestrais, a terra onde temos uma cidade Gêmea, Lajes das Flores. Lá e cá gemeram nossas violas a saudar o Menino Jesus.

Feliz Ano Novo. Içarenses, que a prosperidade nos alcance neste Novo Ano e o Amor Fraterno nos aproxime cada vez mais com a paz em todos os lares. Feliz 2019!

ELZA DE MELLO
Postado por ELZA DE MELLO


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