Coluna de Elza de Mello - 01 de agosto/2018

01 Ago, 2018 09:41:09 - Colunistas

IÇARA NOSSA TERRA NOSSA GENTE (306)

Dia primeiro de agosto temos um aniversariante importante. E como todo aniversário merece ser comemorado após conhecermos seus aniversariantes e suas razões de vida, é importante conhecermos um pouco desse ilustre aniversariante, O cruzeiro real (CR$)    que foi o padrão monetário no Brasil entre 1 de agosto de 1993 a 30 de junho de 1994, uma vida efêmera, com certeza. E o nosso aniversariante fez parte de uma vida útil  muito rápida. Convém reforçar a importância do valor monetário em todas as economias mundiais e seu poder de compra para a população. Uma moeda forte é, com certeza, base para o bom desenvolvimento socioeconômico de uma nação.

As altas taxas de inflação que marcaram o ano de 1993 levou o Presidente Itamar Franco a editar, em 28 de julho daquele ano, a Medida Provisória 336, convertida, posteriormente em 27 de agosto para a Lei 8697. Foi essa Medida Provisória que criou o cruzeiro real, equivalente a mil cruzeiros. Não foram emitidas moedas com valores em centavos no cruzeiro real, sendo que se consideravam como centavos as cédulas e moedas do padrão anterior, na razão de 10 "cruzeiros" por centavo.

O código ISO 4217 desta moeda era BRR. As primeiras cédulas deste padrão foram cédulas de 50.000, 100.000 e 500.000 cruzeiros, nas quais foi aposto um carimbo com o novo padrão. Depois disso foram lançadas em circulação entre 1993 e 1994 as seguintes cédulas, já com o nome do novo padrão.

1000 cruzeiros reais - Frente: Retrato de Anísio Spínola Teixeira (1900-1971), tendo à esquerda vista parcial da Escola Parque, integrante do Centro Educacional Carneiro Ribeiro, projeto do arquiteto e engenheiro Diógenes Rebouças, sob orientação do próprio Anísio.

Atrás: Cena alegórica referente à proposta de ensino levada a efeito pela Escola Parque, cujo fundamento e método defendem a educação como processo constante de reorganização e reconstrução de experiências.

5.000 cruzeiros reais Frente: Efígie de "gaúcho", ladeada por painel que retrata, em visão simultânea, a fachada e o interior das ruínas da Igreja de São Miguel das Missões (RS), construída pelos jesuítas na primeira metade do século XVII. Atrás: Painel apresentando cena do "gaúcho" manejando o laço, na captura do gado. Sob as legendas da margem inferior, reproduções de acessórios típicos que o gaúcho usa em sua lida diária: boleadeira, relho, guampa e esporas

50.000 cruzeiros reais Frente: Efígie de "baiana", com torço e colares, tendo à esquerda painel onde figuram alguns de seus mais importantes balagandãs, os quais possuem diversos significados: romã e cacho de uvas (fecundidade); figa de madeira e dentes de animais (proteção); caju (abundância); peixe, cordeiro e pombas do Espírito Santo (elementos resultantes do sincretismo com o catolicismo). Atrás: Cena de baiana, trajada com o requinte dos dias de grande festa, com o clássico tabuleiro, preparando o acarajé. Ao fundo vê-se perspectiva da Igreja de Nosso Senhor do Bonfim, em Salvador, cenário de uma das mais famosas festas do sincretismo religioso brasileiro: a Lavagem do Bonfim

A cédula de 10.000 cruzeiros reais chegou a ter seu desenho aprovado, mas não chegou a entrar em circulação, frente à iminente implantação do Plano Real.

Em substituição às cédulas mais antigas do padrão anterior, foram lançadas inicialmente as moedas de 5 e 10 cruzeiros reais, sendo que mais adiante foram lançadas também as moedas de 50 e 100 cruzeiros reais.

Uma curiosidade destas moedas é que a expressão "cruzeiros reais" não aparece na moeda, sendo que ela foi substituída pelo símbolo CR$ e nas quais aparecem, no reverso, animais ameaçados de extinção. Em 1994, todas as cédulas e moedas desse padrão foram recolhidas na troca pelas novas cédulas do padrão Real, que entrou em circulação em 1 de julho daquele ano. As cédulas e moedas do cruzeiro real, assim como boa parte dos valores ainda em circulação do cruzeiro padrão monetário que o precedeu, perderam seu valor legal em 15 de setembro de 1994.

São idas e vindas de nosso sistema monetário ao sabor da inflação que nos atinge a passos de gigante enquanto tentamos segurar nossa autonomia financeira a passos de formiguinha.... 

ELZA DE MELLO
Postado por ELZA DE MELLO


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