• Casquinha de siri pode reduzir a poluição química de lagoas

Casquinha de siri pode reduzir a poluição química de lagoas

13 Jul, 2016 09:38:40 - Geral

Laguna (SC)

Um novo projeto de pesquisa desenvolvido pelo Departamento de Engenharia de Pesca da Udesc, em Laguna, pretende trazer soluções para poluição química de lagoas. Além deste benefício, o projeto tem também uma proposta sustentável em que reaproveita um material descartado diariamente no meio ambiente pelos beneficiadores de pescado na cidade: a casquinha do siri.

Dela é possível extrair a Quitina, um tipo de biopolímero que pode ser transformado em Quitosana, substância com capacidade até seis vezes maior para adsorver determinados metais. “Na prática, o projeto pretende testar a quitina e a quitosana extraída da casquinha do siri para retirar metais pesados de águas contaminadas”, explica a idealizadora da pequisa Aline Fernandes de Oliveira, Doutora em Físico-Química e professora de Engenharia de Pesca da Udesc.

Além do siri, outro crustáceo também é alvo da pesquisa. O gládio da Lula, não comestível e também descartado, está sendo utilizado para retirada de Quitina. “Enquanto em 100 gramas de casquinha conseguimos retirar 16% de Quitina, na Lula o rendimento chega a 41%. Mas em Laguna a produção e descarte de siri é muito maior.”, explica a pesquisadora.

Atualmente o projeto está na etapa de extração de Quitina para posterior produção de Quitosana em quantidades suficientes para desenvolvimento dos testes laboratoriais práticos. “Já finalizamos a primeira etapa e a caracterização do material. Em agosto, no máximo, começaremos os testes da pesquisa em laboratório”, ressalta Oliveira.

Como funcionam os procedimentos da pesquisa:

A casa do siri, não reaproveitada por beneficiadores que utilizam para venda somente a carne do crustáceo, é comprada de alguns pescadores e também vem de algumas doações. Ao retirar a Quitina dela, o processo de conversão em Quitosana é feito no laboratório de Recuperação de Resíduos e Desenvolvimento de Materiais. Até a casca moída será aproveitada nos testes de adsorção.

No laboratório será produzida uma água contaminada com metais e corantes e são feitos testes com com quantidades diferentes de água e de pó de Quitosana. “Serão avaliadas diferentes temperaturas e PH, vamos mensurar a capacidade de adsorção relativas às quantidades aplicadas”, ressalta a idealizadora da pesquisa.

Saiba mais:

Além da utilidade ambiental, a Quitosana também é largamente utilizada na indústria médica, farmacêutica e alimentícia.

Seu valor no mercado é alto. “Para você ter uma idéia, 100 gramas desta substância custa cerca de R$900”, afirma a professora.


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REDAÇÃO JINEWS
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