Caso inédito no mundo do trabalho, agita movimento sindical
Criciúma (SC)
Um caso inédito nas relações do mundo do trabalho, envolvendo cerca de 500 trabalhadores de uma indústria plástica da região de Criciúma, a Teixeira Têxtil, está mobilizando o movimento sindical do sul do Estado. Uma empresa que produz “big bags”, sacos plásticos para uso industrial, decidiu de forma unilateral, alterar a entidade que representa seus empregados.
Representados desde 2002 pelo Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias Plásticas de Criciúma e Região, os empregados foram passados para o Sindicato do Vestuário. “A lógica utilizada pela diretoria da empresa é que parte de seus empregados utilizam máquinas de costura para fechar os sacos plásticos que produzem, o que é uma insanidade”, explica Carlos de Cordes, o Dé.
Desde maio, conforme Dé, a diretoria do Sindicato vem tentando reverter a situação. “Visitamos as três unidades da empresa, duas em Forquilhinha e outra em Cocal do Sul, e constatamos que todo o processo industrial envolve a matéria prima característica das categorias que representamos e, convenhamos, como dizem os empregados da empresa, alguém por acaso se veste com big-bag?”, questiona o dirigente sindical.
Assembleias foram realizadas no último dia 31, nas três unidades, e os trabalhadores por unanimidade rechaçaram a possibilidade de serem considerados “vestuaristas” e fazer greve caso a empresa não retorne a situação que se mantinha há 16 anos. A última tentativa de acordo para restabelecer a situação ocorreu na tarde desta segunda-feira (21), quando o assessor jurídico da empresa, que não permitiu ser fotografado e identificado, oficializou que pretende manter a situação.
Diante dos fatos, faixas de “Estado de Greve” foram instaladas diante das três unidades da empresa e a assessoria jurídica do Sindicato prepara denúncia por assédio moral e prática antissindical. “O clima no chão de fábrica é de guerra, os trabalhadores e trabalhadoras têm feito denúncias seguidas de perseguição, ameaças e assédio moral sistemático por parte do comando da empresa”, denuncia de Cordes.
TEXTO/ ASSESSORIA DE IMPRENSA
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