Campanha Novembro Azul: barba, bigode e prevenção

Chapecó (SC)

De cada seis homens nascidos, um irá desenvolver câncer de próstata; no Brasil, há, aproximadamente, 60 mil novos casos ao ano e cerca de 15 mil homens morrem neste mesmo intervalo de tempo em decorrência da doença. São dados alarmantes, que alertam para a importância da prevenção e diagnóstico do segundo câncer mais comum entre os homens, ficando atrás apenas do câncer de pele. Para disseminar o conceito de que a prevenção é o melhor caminho para viver mais e melhor e evitar o surgimento de doenças, principalmente o câncer de próstata, foi desenvolvido o Novembro Azul.

O movimento luta em prol da saúde e bem-estar dos homens que, culturalmente, não possuem o hábito de ir ao médico ou se mostram resistentes quando o assunto é saúde. De acordo com o Instituto Nacional do Câncer (INCA), o câncer de próstata é considerado uma patologia da terceira idade, já que cerca de três quartos dos casos no mundo ocorrem a partir dos 65 anos. Em contrapartida, não quer dizer que os cuidados para a prevenção da doença devem iniciar apenas após os 60 anos. 

“Em cada faixa etária são verificados aspectos diferentes da saúde masculina. Por exemplo, na infância são realizados os acompanhamentos periódicos; na adolescência é interessante analisar o desenvolvimento genital e os aspectos vacinais; começando a vida adulta há os aspectos relacionados à fertilidade; após os 30 anos são mais comuns as avaliações dietéticas e assim por diante”, explica Dr. Hardy Franz Goldschimdt, urologista e cooperado da Unimed Chapecó.

De acordo com o médico, todos os aspectos mencionados devem ser analisados a partir de dados como histórico familiar, herança genética e hábitos de vida. Com relação ao câncer de próstata, a orientação é que os homens que não apresentam histórico familiar para a doença comecem a visitar o médico urologista para a realização de exames preventivos a partir dos 50 anos de idade. Já os homens com histórico familiar devem começar um pouco mais cedo, a partir dos 45 anos.

CARACTERÍSTICAS
O câncer de próstata é considerado de comportamento traiçoeiro pelos especialistas. Isso porquê, na fase inicial, o tumor encontra-se localizado dentro da glândula prostática e representa um pequeno foco inicial de células cancerígenas. Nesse estágio, praticamente, não existe nenhum sintoma específico que chame atenção para a doença. Se não houver uma preocupação em se fazer o exame da próstata de forma preventiva, o paciente, aparentemente não encontrará motivo para ir ao consultório.

O médico urologista e cooperado da Unimed Chapecó, Dr. Marcelo Zeni, salienta que cerca de 80% dos casos de câncer de próstata são ditos assintomáticos, ou seja, não manifestam nenhum sintoma. Por outro lado, no estágio mais avançado da doença é possível o aparecimento dos seguintes sinais: dificuldade para urinar, urina com sangue, necessidade de levantar a noite para urinar, dores na região do períneo ou embaixo do ventre, necessidade de buscar o banheiro para urinar com muita frequência e eliminar pequenas quantidades de urina. 

Conforme o especialista, comprovadamente, os fatores de risco para o desenvolvimento de câncer de próstata são os fatores genéticos, que ocorrem em indivíduos com histórico familiar de neoplasia maligna de próstata (em parentes de primeiro grau: pai ou irmãos) e homens negros (com aumento de duas vezes no risco para o desenvolvimento da doença). “Estudos recentes, entretanto, têm associado fortemente o aumento do risco de câncer de próstata a fatores como a obesidade e o sedentarismo, portanto, associados a hábitos de vida”, destaca Dr. Zeni.

DIAGNÓSTICO E TRATAMENTO
Dr. Leandro Viecili, médico urologista e cooperado da Unimed Chapecó, explica que o câncer de próstata, quando diagnosticado precocemente, apresenta mais de 90% de possibilidade de cura com sequelas mínimas. De acordo com ele, adiar o diagnóstico pode levar a menores índices de cura e possibilidade de disseminação do mesmo.

“Tradicionalmente, o homem não realiza consultas de rotina ou preventivas. Além do medo do exame em si, existe o medo de descobrir alguma doença e a dificuldade em parar suas atividades para consultar com o médico, sem haver queixas importantes presentes. Felizmente, esta realidade vem se modificando ano a ano, com maior conscientização por parte da população masculina da importância dos exames preventivos”, complementa o médico. 

Quanto ao tratamento, o médico urologista e cooperado, Dr. Juliano Ferneda, destaca que existem diversas modalidades de tratamento para o câncer de próstata, como cirurgia, radioterapia, branquiterapia, terapias focais ablativas e vigilância, e que é de fundamental importância que o paciente participe ativamente na escolha do tratamento. “Considero o principal avanço no tratamento do câncer de próstata, o acesso facilitado que os nossos pacientes têm, atualmente, às mais diversas modalidades terapêuticas”, finaliza Dr. Ferneda.

TEXTO: ASSESSORIA DE IMPRENSAFOTO: DIVULGAÇÃO