• Câmara de Criciúma realiza Audiência Pública para discutir inclusão

Câmara de Criciúma realiza Audiência Pública para discutir inclusão

01 Ago, 2016 10:10:39 - Política

Criciúma (SC)

A utilização da língua de sinais vem sendo reconhecida como caminho necessário para uma efetiva mudança nas condições oferecidas pela escola no atendimento escolar desses alunos, por ser uma língua viva, produto de interação das pessoas que se comunicam. Na cidade de Criciúma, atualmente, existem seis mil surdos. Uma simples ida ao cinema, ao banco, a inserção no mercado de trabalho, oportunidade de aprendizado com auxílio de intérprete. Essas são algumas das dificuldades enfrentadas pelo surdo no seu dia a dia. Com o objetivo de discutir acerca das leis de inclusão no Município de Criciúma, é que o Legislativo realizou na tarde desse sábado (30/7) Audiência Pública. A ideia foi proposta pelo presidente Daniel Freitas (PP), e aprovada por unanimidade pelos parlamentares.


Silvia Vitali, presidente da Associação de Surdos de Criciúma é preciso melhorar a acessibilidade, e isso deve ser iniciado na própria família. A busca pelos direitos foi mencionada por Rodolfo Rocha Pirola, presidente da Associação de Surdos de Araranguá. “Sabemos que os municípios carecem de Políticas Públicas que atendam as necessidades da pessoa surda. Lutamos para a que a língua de sinais seja mais valorizada”, disse.


Eduardo Scheffer, que é representante da Associação de Surdos de Criciúma, destacou que a comunidade surda, luta, diariamente, e mencionou a importância da junção das associações. “Acho que o surdo deve participar das associações. Precisamos melhorar isso. Imaginamos, no futuro, qual será a acessibilidade. Muitos sofrem coma falta de comunicação. O grande problema é que falta espaço de discussões e opiniões. Precisamos inserir a disciplina de libras nas escolas. Os surdos já passaram por muitas dificuldades”, comunicou.


Alini Mariot, intérprete de libras, destacou que o importante é fazer com que o ouvinte perceba e aceite a língua do surdo. “Sabemos o quanto é difícil ter acessibilidade para que realmente possamos fazer acontecer. Esse dia é de luta, e com certeza vamos seguir firmes para que nossos projetos se concretizem”.


Barreiras


Saionara da Silva da Rosa, mãe de aluno da rede municipal, fez o uso da palavra e enfatizou que são muitas as lutas, desde que descobriram que o seu filho, o Davi, era surdo. “E isso foi quando ele tinha dois anos. Hoje ele tem oito anos. De lá para cá viemos enfrentando grandes dificuldades, primeiro dentro da nossa casa. Passamos por vários momentos de adaptações, aprendizagem. Porém, para mim, o surdo hoje talvez não seria considerado alguém com uma necessidade especial, mas alguém com a cultura própria, que precisa ser visto, ser respeitado”, relatou.


Ela lembrou que não há ainda a Libras no currículo escolar, o que se torna mais difícil o aprendizado. “No ano passado meu filho teve estagiário que era aluno de magistério, o que melhorou um pouco, mas não foi o ideal. Nós, pais, nos sentimos humilhados, por correr atrás de um direito que já é nosso, e precisamos “mendigar” oportunidades. As pessoas não se sensibilizam. Se não houver uma Política Pública que realmente se sensibilize inclua a pessoa surda, que talvez seja pessoas que tenham muito mais a nos ensinar. Todos os dias o surdo tem que vencer os obstáculos”, comentou, lembrando que a secretaria de Educação do Município proporciona cursos de libras todas as semanas. “Nós temos que manifestar, temos que continuar lutando”, reforçou.


Manutenção de aparelho auditivo


Outra reclamação mencionada por ela foi a manutenção de aparelho auditivo. “O aparelho do meu filho estragou, as baterias também se esgotaram. O custo de cada bateria é de 1,8 mil e ele precisa de duas. O aparelho dele teve custo de cinco mil reais pelo conserto”, desabafou ela, que é professora.


Oportunidades


Uma oportunidade que surgiu. Foi o que relatou Antonio Cesar de Borba, presidente e fundador da Associação de Pais, Amigos e Surdos de Armazém. “Lá, os surdos da rede municipal e estadual tem intérprete. Sou pai de surdo e hoje sou intérprete de libras. Hoje é o meu trabalho”, disse. Os vereadores Camila Nascimento (PSD), Salesio Lima (PSD), Ricardo Fabris (PSDB), e Tati Teixeira (PSD), também participaram da Audiência.

 

Encaminhamentos:


- Verificar a possibilidade de a disciplina Libras ser incluída na Rede Municipal de Criciúma no Ensino Fundamental;

- Criação de uma ementa que se faça necessário a obrigatoriedade de uma pessoa capacitada em cartórios, fóruns, bancos;

- Verificar a possibilidade de realizar capacitações em Libras para pessoas que trabalhem em determinados setores públicos, (uma pessoa por ambiente) responsáveis por sindicatos para que possa melhor atender o cidadão Surdo;

- Realização de prova de proficiência para intérpretes que queiram exercem a profissão

- Audiência entre as associações e universidades, faculdades para que formação com a inclusão de língua de sinais.

- Separar a questão de intérprete e professor. É necessário que cada um exerça a sua função.

- Os encaminhamentos serão protocolizados e encaminhados aos órgãos competentes.

Todos os pedidos serão protocolizados no Legislativo e encaminhados para os órgãos competentes.


ASSESSORIA DE IMPRENSA 

REDAÇÃO JINEWS
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