Brasil investe R$ 375 milhões para ser top 5 nos Jogos Paralímpicos

07 Set, 2016 15:59:34 - Esporte

Rio de Janeiro (RJ)

O Brasil quer comprovar a partir desta quarta-feira sua consolidação como uma das maiores forças do esporte paralímpico no mundo na atualidade. A delegação de 286 atletas (184 homens e 102 mulheres), recorde do país na história dos Jogos Paralímpicos, desfila na cerimônia de abertura da Rio-2016, às 17h45, no Maracanã, embalada por investimentos de R$ 375 milhões entre janeiro de 2013 e julho deste ano.

O objetivo do Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB) é terminar a disputa entre os cinco melhores no total de medalhas de ouro, o que manteria a equipe verde e amarela em uma escalada que começou em Atlanta-1996, com a 37ª colocação, e não parou mais. Em Londres-2012, o Brasil foi sétimo.

Só neste ano, a previsão de receita da entidade é de R$ 180 milhões, quase o triplo dos R$ 59,7 milhões registrados em 2012. O impulso provém, sobretudo, da maior arrecadação de verba da Lei Agnelo/Piva, que destina um percentual da arrecadação bruta das loterias para o esporte de alto rendimento.

Até o ano passado, 2% do valor eram repassados ao Comitê Olímpico do Brasil (COB) e ao CPB. O primeiro ficava com 85%, e os 15% restantes destinavam-se às modalidades para deficientes. Com a entrada em vigor da Lei Brasileira de Inclusão da Pessoa com Deficiência, a porcentagem foi para 2,7%. Já a divisão passou a ser de 62,96% para o COB e 37,04% para o CPB.

– Trabalhamos forte na Câmara e no Senado. Grandes conquistas do esporte no Brasil aconteceram, por incrível que pareça, no Congresso – declarou o presidente do CPB, Andrew Parsons, ao LANCE!.

O aumento não foi decisivo para as pretensões da entidade no Rio, uma vez que ele só começou a valer em janeiro deste ano, e ainda depende de quanto será arrecadado até dezembro. Mas foram as verbas públicas que abasteceram a preparação.

Além da Lei Agnelo/Piva, a Caixa Loterias injetou R$ 120 milhões nas modalidades paralímpicas no ciclo atual. O Ministério do Esporte, por meio de convênios, investiu cerca de R$ 38 milhões. O CPB ainda contou com suporte do governo de São Paulo e da prefeitura do Rio de Janeiro.

– Vamos acreditar. Buscaremos a quinta posição. Em Londres, conseguimos atingir a meta. O apoio do Comitê, do Ministério e dos patrocinadores cresceu – declarou Jovane Guissone, medalhista de ouro nos Jogos de 2012 na esgrima em cadeira de rodas, na categoria B da espada.

Na última Paralimpíada, o Brasil faturou 43 medalhas, em sete esportes: natação, atletismo, bocha, esgrima, futebol de 5, goalball e judô. Maior astro do país, o nadador Daniel Dias levou seis. A expectativa é expandir o leque, já que o ciclo mostrou a evolução de outras modalidades, como vôlei sentado. Os homens terminaram em quinto em Londres e foram prata no Mundial de 2014.

– Viemos preparados. Se cada categoria fizer o seu melhor, batemos a meta – disse o atacante Levi Gomes.

Brasil terá delegação recorde de 286 atletas nos Jogos Paralímpicos do Rio de JaneiroBrasil terá delegação recorde de 286 atletas nos Jogos Paralímpicos do Rio de JaneiroVôlei sentado é um dos esportes que podem dar medalha paralímpica inédita para o BrasilBrasil terá delegação recorde de 286 atletas nos Jogos Paralímpicos do Rio de JaneiroTerezinha Guilhermina é recordista mundial em sua classe nos 100m e 400m

Brasil tem disputa dura com outras potências

Embora já seja considerado potência paralímpica, o Brasil ainda não está no mesmo nível de outros países. A China é considerada um oponente “inalcançável”, já que dominou o quadro de medalhas nas últimas três edições do megaevento.

Em Londres-2012, foram 231 pódios, mais que a soma de Grã-Bretanha (120) e Rússia (102), segundo e terceiro colocados, se usado este critério. Na ocasião, os brasileiros trouxeram 43 medalhas.

Com a suspensão dos russos por causa do escândalo de dopagem, um posto no top-3 deve ser disputado por Ucrânia, Estados Unidos e Austrália, países que estiveram à frente do Brasil nos últimos Jogos. Mas é no meio destas nações que a delegação verde e amarela pretende se estabelecer.

Ao todo, a Paralimpíada do Rio reunirá mais de 4.350 atletas de 176 países, em 23 modalidades. A expectativa do Comitê Paralímpico Internacional (IPC) é de que os Jogos registrem uma audiência global de 4 bilhões de pessoas.

OS DESTAQUES DO BRASIL

Daniel Dias (classes S5, SB4 e SM5)

Nadador de 28 anos, é dono de 15 medalhas paralímpicas, sendo 10 de ouro e seis delas em Londres-2012. Tem ainda quatro pratas e um bronze.

Alan Fonteles (classe T43)

Ouro em Londres-2012 nos 200m, desbancando Oscar Pistorius. Velocista de 24 anos, é o atual detentor do recorde mundial nos 100m (10s57).

Terezinha Guilhermina (classe T11)

Velocista de 37 anos, tem seis medalhas paralímpicas, sendo três de ouro. Tem o recorde mundial nos 100m e nos 400m.

Jovane Guissone (categoria B, espada)

O gaúcho de 33 anos é o principal atleta da esgrima em cadeira de rodas. Foi campeão paralímpico na espada em Londres-2012.

Ricardinho

É o principal craque do Futebol de 5 do Brasil. O ala da 28 anos esteve nos títulos paralímpicos de 2008 e 2012. Foi o melhor do mundo em 2006 e 2014.

Verônica Hipólito (classe T38)

Aos 20 anos, a paulista tem medalhas de ouro nos 100m, 200m e 400m, além da prata no salto em distância, no Parapan de Toronto-2015.

Luis Carlos Cardoso (classe KL1)

Piauiense de 31 anos, é tricampeão mundial na prova de canoa (2014, 2015 e 2016) e também campeão do mundo no caiaque, em 2015.

Clodoaldo Silva (classes S5, SB4 e SM5)

Primeiro fenômeno da natação brasileira no século, chega aos Jogos do Rio com 37 anos e 13 medalhas paralímpicas no currículo, sendo seis de ouro.

EM ALTA

Atletismo

É o esporte que mais deu medalhas ao Brasil nos Jogos, com 109, sendo 32 de ouro, 47 de prata e 30 de bronze.

Natação

É o segundo carro-chefe: 83 medalhas (28 ouros, 27 pratas e 28 bronzes).

Futebol de 5

O país foi ouro nas três edições já disputadas (Londres, Pequim e Atenas). A modalidade é voltada a cegos.

Vôlei sentado

Ouro no Parapan de Toronto, país tenta a 1 medalha nos Jogos Paralímpicos.

Rúgbi em cadeira de rodas

O Brasil competirá no esporte pela primeira vez no evento.

Goalball

O Brasil é o atual campeão mundial

Judô

Já rendeu ao Brasil 18 medalhas na história dos Jogos, sendo quatro ouros (todos conquistados por Antônio Tenório), cinco pratas e nove bronzes.

AINDA EM ASCENSÃO

Basquete em cadeira de rodas

O país disputou os Jogos pela primeira vez na modalidade em Heidelberg-1972, com os homens, e em Atlanta-1996, com as mulheres, mas nunca faturou uma medalha.

Hipismo

Após dois bronzes em Pequim, com Marcos Fernandes Alves, o Brasil passou em branco em Londres.

Bocha, Vela, Tiro Esportivo, Tiro com arco, Ciclismo, Futebol de 7 e Halterofilismo

Modalidade que ainda buscam resultados de maior expressão.

LANCE!

REDAÇÃO JINEWS
Postado por REDAÇÃO JINEWS

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