A volta da Consulta Farmacêutica como aliada na prevenção de doenças

14 Mar, 2017 16:44:57 - Saúde

Florianópolis (SC)

Para pessoas com mais de 30 anos, a lembrança da consulta com um farmacêutico de confiança está presente na memória. Ao menor sinal de algum problema de saúde, como uma simples dor de garganta, a primeira pessoa a ser procurada era o farmacêutico. Na farmácia, o profissional analisava a situação, e prescrevia ali mesmo uma medicação, indicava uma forma natural de solucionar o problema, ou encaminhava a pessoa a um médico.

Com o passar do tempo, essa prática foi se perdendo, e deixou de ser hábito procurar o farmacêutico para resolver esses problemas mais simples do dia-a- dia. O resultado? A prevenção de doenças passou a ser falha, as pessoas passaram a se consultar com o Google, e a utilizarem remédios sem orientação profissional. O farmacêutico passou de um agente de saúde focado na melhora da qualidade de vida da população, para se tornar um balconista.

Para ajudar a solucionar este problema, o Conselho Federal de Farmácia publicou uma portaria, em 2013, onde especifica a consulta e prescrição farmacêutica, que em 2014 ganhou o apoio da Lei 13.021. A partir de então, as farmácias devem ter um espaço destinado exclusivamente para o atendimento ao paciente, chamados de consultórios farmacêuticos, onde alguns procedimentos poderão ser realizados. Dentre eles estão a aferição de pressão, por exemplo. Dessa consulta farmacêutica, que nada mais é do que uma avaliação documentada da situação e escolha da conduta a ser realizada, pode ser gerada a prescrição farmacêutica. “A prescrição é um instrumento da prática clínica do profissional farmacêutico que permite uma comunicação transparente e eficaz. Tratando-se do registro das recomendações farmacêuticas, baseadas nas necessidades do paciente, exige preparação técnica e ética do farmacêutico”, explica a mestre em Farmácia, e também diretora do Sindicato dos Farmacêuticos no Estado de São Paulo, Priscila Vautier.

Com isso, diversos atendimentos básicos podem ser feitos na farmácia mais próxima da pessoa necessitada. O foco está na promoção, prevenção e recuperação da saúde das pessoas. Na farmácia, o profissional pode prescrever medicamentos e outros produtos com finalidade terapêutica, desde que não exijam prescrição médica. São vários os exemplos de medicamento que podem ser prescritos na farmácia: Antiacneicos, antiácidos, antidiarreicos, antisseborréicos, antissépticos, aminoácidos, vitaminas, minerais, anti-inflamatórios, entre outros. A lista completa pode ser acessada aqui.

“Importante esclarecer que a prescrição farmacêutica não traz necessariamente um medicamento. Ela pode trazer recomendações não farmacológicas e/ou encaminhamentos relacionados ao cuidado do paciente. A prescrição de medicamentos só pode ser feita por profissionais habilitados, inscritos no Conselho Regional de Farmácia. Quando na decisão de uma terapia medicamentosa, o farmacêutico poderá prescrever medicamentos ou outros produtos com finalidade terapêutica, isentos de prescrição médica (produtos magistrais, plantas medicinais, dinamizados) desde que tenha-se habilidade e conhecimento”, afirma a farmacêutica Priscila.

Para poder realizar o serviço da prescrição farmacêutica, não é necessário uma formação especial por parte do profissional. Entretanto, de acordo com Priscila, é fundamental que o farmacêutico tenha habilidade clínica e conhecimentos de farmacologia clínica, semiologia e fisiopatologia, além de boas práticas de prescrição.

Resumindo, o processo da consulta farmacêutica passa pelas seguintes fases: o farmacêutico presta uma consulta e identifica as necessidades do paciente em relação ao seu problema de saúde; a partir disso, define o objetivo terapêutico, escolhe a forma de terapia ou intervenção relativos ao cuidado à saúde, sempre levando em conta sua segurança, eficácia, custo e conveniência; por fim, o profissional redige a prescrição, orienta o paciente, avalia os resultados e documenta o processo de prescrição.

Medicamentos tarjados

Vale ressaltar que a prescrição de medicamentos tarjados também poderá ser feita por farmacêuticos, seguindo a norma regulatória RDC 586/13. Porém, ela só é permitida quando existir diagnóstico prévio e previsto em programas, diretrizes, normas técnicas aprovadas para uso no âmbito de instituições de saúde ou quando da formalização de acordos de colaboração com instituições ou com outros prescritores.

“Para a prescrição de medicamentos tarjados, nas condições já citadas, é obrigatória a especialização na área clínica e durante o curso ter disciplinas de "conhecimentos e habilidades em boas práticas de prescrição, fisiopatologia, semiologia, comunicação interpessoal, farmacologia clínica e terapêutica”. Para a prescrição de medicamentos dinamizados isentos de prescrição é necessário que o farmacêutico pratique este ato fundamentado nos conhecimentos e habilidades relacionados a esta prática. Para a prescrição de medicamentos dinamizados que exigem prescrição médica, o farmacêutico deve ter o título de especialista em Homeopatia ou Antroposofia”, complementa a diretora do Sindicato dos Farmacêuticos no Estado de São Paulo.

Aplicativo

Já está em fase final de desenvolvimento um aplicativo para facilitar, ainda mais, o acesso a este tipo de atendimento. Chamado de e-Santé, ele tem expectativa de entrar no mercado até o meio do ano. O aplicativo vai funcionar de forma parecida com o Uber, mas, em vez de chamar um motorista, o usuário poderá solicitar uma consulta farmacêutica em casa, ou marcar um horário na farmácia mais próxima. Esta é a principal função do aplicativo, que ainda vai possibilitar, dentre tantas outras, solicitar orçamentos de medicamentos em várias farmácias ao mesmo tempo.

TEXTO/ ASSESSORIA DE COMUNICAÇÃO

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Postado por REDAÇÃO JINEWS

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